Despedidos da Jado Ibéria voltam a manifestar-se

Os trabalhadores despedidos da Jado Ibéria voltaram a concentrar-se à porta da empresa esta terça-feira. Dispensados desde o início do mês e com o encerramento da empresa confirmado para Fevereiro de 2019, alertam agora para o facto de a empresa continuar em funcionamento.

Dezasseis dos 74 funcionários estarão a fazer trabalhos de desmantelamento de máquinas, mas terão sido também chamados alguns funcionários temporários denunciou hoje a comissão de trabalhadores.


Carlos Cruz, funcionário e membro da comissão de trabalhadores referiu que cerca de dezasseis trabalhadores estão a fazer desmantelamento de máquinas e embalamento de peças. Terão sido contratados alguns funcionários a uma empresa de trabalho temporário, além de estar a enviar trabalho para fora para que outras empresas acabem o trabalho que estaria a ser feito em Braga. Uma situação que causou ainda mais indignação no seio dos trabalhadores despedidos. “Não temos nada contra os trabalhadores temporários, achamos é que a empresa está a agir de má fé connosco ao mandar-nos para casa e ao contratar trabalhadores temporários. Este encerramento acontece porque Portugal já não dá mais, já exploraram os trabalhadores até ao tutano”, denunciou o sindicalista.

Ao que tudo indica, a Jado Ibéria irá abrir na Bulgária uma unidade para realizar o trabalho que era feito até agora em Braga.

Entre os 74 funcionários entretanto despedidos existiam vários casais a trabalhar. Augusto Moreira e Teresa Sousa foram lançados para o desemprego depois de mais três décadas de dedicação à empresa instalada em Nogueira e admitem que nada fazia prever este desfecho. “Não houve sinais de nada, a fábrica estava com trabalho, e está até porque eles estão a fazer algum que trabalho que não estava definido para se produzir”, disse Augusto Moreira.

 Teresa Sousa, esposa de Augusto e trabalhadora da Jado Ibéria há 37 anos lamenta a situação até porque “nada levava a crer este encerramento porque até falavam em investimento”. Era o emprego de uma vida, mas a partir daqui tudo muda. “É começar um novo ciclo, de uma forma precária ainda por cima”, lamentou.

O PCP tem estado ao lado dos trabalhadores da Jado Ibéria. O vereador na Câmara de Braga, Carlos Almeida, não compreende que a autarquia ainda não se tenha pronunciado publicamente sobre o assunto. “Quando se trata de desenvolvimento de operações de charme em multinacionais não perde um segundo, e neste caso achamos que não tem estado bem”, referiu. 

Carlos Almeida disse esperar que o grupo de trabalhadores da Jado Ibéria seja recebido pelo presidente da Câmara, “porque é a esse nível que a autarquia tem recebido empresários e visitado algumas empresas” e que “procure encontrar uma solução para defender estes postos de trabalho”.

À RUM Ricardo Rio diz que “Carlos Almeida está a falar daquilo que não sabe”. “Não temos que nos pronunciar a público sobre uma questão que nos parece que tem que ser tratada junto das entidades competentes, neste caso junto da administração da empresa e do sindicato represnetativo dos trabalhadores, para que fizessem a ponte entre a Câmara e os trabalhadores para que, o mais cedo possível, pudessemos encontrar soluções, tendo em conta que tinhamos pedidos de recrutamento para áreas para as quais os seus perfis podiam ser ajustados“, afirmou. 

O presidente da Câmara adiantou ainda que “a última palavra quanto à contratação dependerá das empresas”, por isso mesmo é “importante estabelecer a ponte entre os funcionários e as empresas que estão a contratar na área”. A Câmara Municipal, garante, “esta a fazer este papel de ligação, com a convicção de que há oportunidades que poderão ser preenchidas por esses trabalhadores”. 

O autarca não vai reunir com os trabalhadores, mas adiantou que há reunião agendada para sexta-feira com a sua chefe de gabinete, o sindicato e a responsável pelo desenvolvimento económico da Invest Braga.

Ricardo Rio garante que a autarquia está , desde o início, a par do processo. 

Fonte da Jado Ibéria garantiu à RUM que não foram contratados trabalhadores temporários, admitindo apenas a existência de um funcionário, em regime temporário, que já havia sido contratado para realizar um serviço à parte. 

A mesma fonte não confirma a abertura de uma unidade da empresa na Bulgária. 

Áudio:

Trabalhadores da Jado Ibéria denunciam situação e lamentam encerramento da empresa em Braga

Elsa Moura
Elsa Moura

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