“Dia de luta” contra condições precárias no LIDL Famalicão

Os trabalhadores do armazém do supermercado LIDL, em Famalicão, iniciaram, esta sexta-feira, junto ao entreposto da empresa uma acção de protesto contra a precariedade no trabalho. Cerca de 70% dos operários da empresa aderiram à greve, que deve prolongar-se até domingo. Estima-se que esta paralisação afecte dezenas de lojas, uma vez que, este entreposto é ponto de abastecimento central dos supermercados da empresa a norte de Portugal.

A greve convocada pelos sindicatos da CGTP tem como objectivo pressionar a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) a evoluir na negociação do contrato colectivo do sector. Os funcionários reivindicam aumentos salariais, regulamentação dos horários de trabalho e alterações de carreira. Bruno Silva, agente sindical e empregado na empresa há mais de dez anos, fala em “pressão por parte da direcção” e em “incumprimento de promessas feitas aos trabalhadores”. Há cinco anos que os funcionários do LIDL não vêm os seus salários melhorados e, “como se não bastasse”, deixaram de ter direito aos 15 minutos de pausa para lanche, “uma decisão unilateral da administração”.

Mesmo depois de conhecida a decisão do Governo em aumentar o salário mínimo nacional para 580 euros, os trabalhadores querem ver o vencimento mensal reforçado na ordem dos 40 euros, para aqueles “que são os principais pilares da empresa”. Bruno Silva questiona: “Como é possível uma empresa como o LIDL, que até tem ganho prémios de mérito, dar estas condições?”. A direcção terá dito, em várias reuniões, que não é possível efectivar o aumento pretendido. “Um dia depois de nos dizerem que não era possível melhorar as nossas condições, chegou um camião com 24 carros para os membros da administração”.

À imagem do que acontece em outras empresas como a Continental, por exemplo, o LIDL procede à contratação de alguns empregados através de empresas de trabalho temporário. Os funcionários exigem a passagem a horário completo de todos os contratados a tempo parcial e também a transição para efectivos dos trabalhadores das empresas de trabalho temporário. “O LIDL está a contratar trabalhadores, temporariamente, através de uma empresa externa, e só depois é que entram para a empresa à experiência – três meses- ,sendo que pelo meio é-lhes pedido para ficarem um mês, outra vez, a prestar serviços através de uma empresa externa”. Bruno Silva garante, ainda, que a empresa “tem necessidade de reforçar os quadros com mais gente a full-time”. Nas palavras do sindicalista, o LIDL adopta “um esquema mais rentável”: “É pedido às pessoas que estão em part-time, quase diariamente, para fazerem trabalho suplementar. Como é que o trabalhador não é necessário para full-time, mas é preciso para fazer trabalho suplementar?”.

Durante o fim-de-semana que antecede o dia de natal, também os funcionários do Minipreço, Pingo Doce e Continente vão estar em greve. Ainda assim, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) garante o normal funcionamento de todos os estabelecimentos.

Áudio:

Estão em agenda mais protestos para 2018, garante, Bruno Silva

Paulo Costa
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