Directora do Conservatório lamenta saída de alunos no 10º

A Directora do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga admite que nem sempre a instituição consegue cumprir a sua missão de forma integral. Em entrevista à RUM, Ana Maria Ferreira lamenta que a partir do ensino secundário, a maioria dos alunos deixe o Conservatório. “Muitas vezes esta escola é procurada por ser pequena, porque prepara muito bem os alunos, tiram notas muito boas e vão para as outras escolas muito bem preparados”, começa por referir aquela directora. Mas, Ana Maria Ferreira avisa que quando os pais procuram o conservatório “devem perceber que esta escola é do ensino especializado da música e que, se os filhos quiserem e se apaixonarem por este projecto de vida, deviam ser facilitadores e apoiar”. A directora lamenta que, em muitos casos, os pais retirem os alunos do Conservatório depois do 9º ano por defenderem que “são tão bons que é uma pena ficarem na música”. “Não é expectante que isto aconteça”, admite.

Recorde-se que, de duas turmas de 9º ano, cada uma com 25 alunos, permanecem no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga nove alunos, ainda que aproximadamente vinte continuem no suplectivo. Apesar disso, muitos acabem por desistir “porque é preciso muito esforço pessoal”, acrescenta. Segundo Ana Maria Ferreira, a turma de 10º fica ‘mais composta’ com a chegada de alunos que fizeram os seus percursos de música em Vila Verde, na companhia da música, entre outros.

A maioria dos alunos de 14 anos daquela escola são “bons a tudo” e ficam “baralhados” no momento em que é preciso tomar decisões. Com as hesitações, “muitas famílias acabam por achar que seguir um curso de ciências, medicina ou engenharia é mais seguro que o mundo da música”, explica. Um entendimento errado, na opinião de Ana Maria Ferreira, que sublinha que “há muita procura” não conhecendo qualquer “desempregado”.