Docentes de Braga aprendem sobre o ‘Ensino do Holocausto’

Mais de 30 professores de escolas do concelho de Braga estarão até Sábado, 7 de Abril, num curso de formação sobre o Ensino do Holocausto. Numa iniciativa da Direcção Geral de Educação, a formação decorre na Escola Secundária Alberto Sampaio e junta docentes das disciplinas de História e Cidadania e Desenvolvimento.

Isolina Frades, da Direcção Geral de Educação, explicou aos jornalistas que a formação junta dois projectos do Ministério da Educação, um “mais antigo”, que tem que ver com o ensino e a memória do Holocausto e outro relacionado com o projecto de autonomia e flexibilidade curricular. “Temos uma parceria com o Mémorial de la Shoah, de Paris, uma organização não governamental de investigação e de formação de professores criada antes do fim da Segunda Guerra Mundial. Este ano temos também um projecto piloto da autonomia e flexibilidade curricular, ao qual algumas escolas de Braga aderiram. Assim, fizemos esta formação juntando docentes de História e de Cidadania e Desenvolvimento”, explicou.

João Andrade, director da Escola Secundária de Alberto Sampaio, reforçou a pertinência da formação pela temática em si. “Se há exemplo na história recente que torna claro o que nos pode acontecer rapidamente, a pretexto de uma grande racionalidade, é precisamente todos os fenómenos relacionados com a ascensão do nazismo e com o Holocausto”, lembrou.

O docente garante que esta é uma temática à qual a escola está “muito atenta”, “para que a história não se repita”.  A formação vem linha de outra sessão que decorreu na Escola Secundária de Alberto Sampaio, ainda neste ano lectivo, com um sobrevivente do Holocausto, Werner Reich,  que passou pelo establecimento de ensino para falar com os alunos sobre a sua experiência.

Presente na abertura da sessão esteve a vereadora da educação, Lídia Dias, que sublinhou a importância de falar sobre a história recente da Europa. “Para nós é absolutamente fundamental e entendemos como muito importante a abordagem destes assuntos e matérias nos dias de hoje, quando somos constantemente bombardeados com situações que nos levam a recordar o que há muito pouco tempo aconteceu na nossa Europa”. 

Para a vereadora este “deve ser um momento de trabalho, reflexão e de as nossas escolas e professores trabalharem em caminhos que levam a uma educação de valores”, referiu.

O Mémorial de la Shoah é, simultaneamente, um museu e um centro de investigação e documentação único na Europa sobre o Holocausto. Tem por missão transmitir, estudar e ensinar a história do Holocausto no século XX, bem como aprofundar a reflexão e o conhecimento dos genocídios e crimes contra a humanidade contemporâneos. É um espaço de encontro para historiadores, investigadores e formadores, assim como para outros públicos.