Dois anos de Shortcutz com carta branca a João Pedro Vaz

A celebrar dois anos, o Shortcutz Guimarães apresenta esta quarta-feira a sua 2ª sessão competitiva de 2018. Em Guimarães, o movimento de divulgação de curtas-metragens irá introduzir uma nova componente: a “carta-branca”. Desta forma, personalidades ligadas ao cinema são convidadas a escolher uma curta-metragem portuguesa, que servirá de mote para uma conversa. Além disso, há tempo para a habitual competição e exibição de duas curtas. A sessão começa às 22h na sede do Cineclube de Guimarães, com entrada lvire.
Na primeira “carta-branca”, o escolhido foi o actor e director artístico do Teatro Oficina e de toda a cooperativa Oficina, João Pedro Vaz. De acordo com Samuel Silva, da organização, o convite foi dirigido a João Pedro Vaz antes de este ser nomeado director artístico da cooperativa, que gere espaços como o Centro Cultural Vila Flor. “Foi uma coincidência feliz. É uma das primeiras aparições do João Pedro Vaz em público nas novas funções, para falar de uma coisa que não tem nada a ver com elas”, explicou.
Além disso, João Pedro Vaz é “um extraordinário actor de teatro” e, ainda que a ligação o cinema seja “menos conhecida”, o seu percurso tem sido “muito intenso”, garantiu Samuel Silva à RUM. João Pedro Vaz trabalhou com dois dos maiores realizadores portugueses: Manoel de Oliveira (“O Quinto Império”) e Paulo Rocha (“Se eu Fosse Ladrão …Roubava”). Também participou em filmes de criadores de gerações mais recentes como Ivo Ferreira (“Cartas da Guerra”) e Marco Martins (“Como Desenhar um Círculo Perfeito”). O seu trabalho mais recente para o grande ecrã foi “Colo”, longa-metragem de Teresa Vilaverde, estreado há ano no Festival de Berlim.
A “Carta Branca” chega ao Shortcutz Guimarães por a rede permitir “uma certa flexibilidade nos modelos em que cada um organiza as suas sessões”. “Decidimos introduzir esta secção porque nos interessava inovar, sair do formato convite a alguém directamente ligado a um filme. Quisemos trazer também outras pessoas que estejam ligadas ao cinema, mas também programadores, críticos de cinema, que tenham ligação ao meio artístico mas que não seja directa e evidente ao cinema”, explicou.
A escolha de João Pedro Vaz recaiu sobre “O Turno da Noite”, de Hugo Pedro, estreado no Indie Lisboa do ano passado. “É um filme sobre como a crise financeira em Portugal despoletou outras crises, neste caso de nas expectativas na juventude portuguesa”, resumiu o responsável.
Nesta sessão serão ainda exibidos, em competição, os filmes “Câmara Nova”, de André Marques e “Danke”, de António Sequeira. “Câmara Nova”, que marca o regresso ao Shortcutz Guimarães de André Marques – convidado em 2016 com “Luminita” –, e “Danke”, de António Sequeira, filme de época passado na I Guerra Mundial.
Hoje é dia de Shortcutz em Guimarães.
Áudio:
Samuel Silva fala sobre as curtas que estarão em competição:
