Dossier H. de Braga está a ser tratado “de forma ligeira”

O presidente da Câmara Municipal de Braga considera que o Governo não tem coragem para assumir aquilo que quer no Hospital de Braga, acusando a tutela de lidar com este processo “de uma forma algo ligeira” desde o início.

Numa reacção à RUM depois do anúncio da Ministra da Saúde de que o Hospital de Braga será transformado numa entidade pública privada, e na anulação do seguimento de um novo concurso público, Ricardo Rio insiste que se trata de uma opção “errada” que vai prejudicar “os utentes de Braga e da região”.

Ricardo Rio aponta que “o Estado não tem coragem para assumir aquilo que quer”, uma vez que a Ministra reconhece mérito do modelo, “mas ao mesmo tempo não tem a coragem para contrariar os seus parceiros da coligação parlamentar para avançar efectivamente com o concurso”. 

“É claramente um problema político, todos sabemos que o BE e o PCP, quer a nível local quer a nível nacional têm manifestado uma clara oposição ao modelo de parcerias público privadas, não se regem por critérios de avalição do desempenho clínico nem do desempenho económico do Hospital, regem-se por dogmas políticos que obviamente são prejudicais para uma área tão sensível como é esta para a população”, critica Ricardo Rio.

O autarca bracarense diz não ter dúvidas de que nos próximos anos “quem vai suportar os custos dessa má opção e dessa ligeireza de procedimento vão ser os cidadãos de Braga e da região”.

Este anúncio de que não será também na actual legislatura é “retardar ainda mais o processo que já por si já é moroso”, lamenta ainda o autarca. 

O Estado foi ainda condenado a pagar ao Grupo Mello 17 milhões de euros. O valor reclamado pelo privado era de 33 milhões de euros. Uma condenação que, na opinião de Ricardo Rio, “reduz substancialmente as diferenças que se colocavam entre as duas partes”. O autarca sustenta ainda que o Grupo Mello exigia um aumento da contratação que “seria benéfico para os cidadãos”, antevendo também por essa via, “mais uma penalização para os cidadãos”.