Eixo Atlântico quer Comissário Europeu para o Turismo

Já arrancou o primeiro Fórum Europeu de Turismo de Fronteira. Até ao final desta quinta-feira, o evento vai estar a decorrer na cidade de Braga, no Theatro Circo. Desenvolver um plano estratégico de turismo de fronteira, criar uma política europeia de preservação do património e promover a existência de um comissário europeu para o turismo são alguns dos assuntos que vão ser debatidos por especialistas europeus. O objectivo passa por fazer chegar estas ideias a Bruxelas, já no próximo mês de Novembro.

Em declarações aos jornalistas o secretário-geral do Eixo Atlântico, sublinhou que, neste momento, na União Europeia “não existe uma política de preservação do património”. Xoán Mao afirma que a UE tem preferido “esconder-se por detrás da UNESCO” em vez de tomar as rédeas da situação. Portanto, este Fórum Europeu do Turismo de Fronteira irá analisar e debater propostas dentro do quadro jurídico, político e financeiro. 

Xoán Mao pretende, deste modo, que seja criado um “programa de apoio ao turismo cultural, termal e enológico”. Porém, a maior das conquistas seria a criação, dentro da União Europeia, da pasta de “Comissário Europeu para o Turismo”, assim como acompanhar essas medidas de “linhas de financiamento”, porque de acordo com o secretário-geral “todo o esforço que está a ser feito recai sobre as Câmaras Municipais” que, na maior parte das vezes, não têm fundos suficientes. 

Opinião partilhada pelo presidente do Eixo Atlântico, Alfredo García, que defende que os pequenos municípios têm os mesmos problemas que as cidades de maiordimensão. Porém, “com menos meios financeiros para fazer face a essas problemáticas, a principal preocupação tem de ser a economia, caso contrário não existe qualidade de vida e trabalho, o que faz com que a população não se fixe na região”, declara.

Para Xoán Mao, o turismo de fronteira tem “um potencial imenso”. “Cada vez está mais na moda, é um turismo de qualidade sem ser dispendioso. Quando as pessoas visitam estas regiões estão a contribuir para o crescimento do comércio local e tradicional, pois compram lembranças típicas da zona como é o caso, por exemplo, do vinho verde”, explica.

Já Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, frisa que é essencial “dar escala” e “impulsionar na Europa uma política integrada na promoção do turismo de fronteira”. O edil reforça a premissa de que o turismo é um elemento “muito valorizador das dinâmicas de criação de emprego e de desenvolvimento económico destes territórios” que sublinha serem na sua maioria de “baixa densidade populacional”, logo “uma estratégia de promoção de desenvolvimento poderia ser muito útil”. 

Na sessão de abertura do I Fórum Europeu de Turismo de Fronteira, João Bule apresentou os resultados do POCTEP – Programa de Cooperação Interreg V-A Espanha-Portugal, do qual é coordenador nacional. Na sua primeira convocatória foram aprovados 135 projectos com custo total de 242 milhões de euros. A sua execução deverá terminar no final deste ano. A segunda convocatória somou 300 projectos dos quais 96 foram aprovados com um custo total de 112 milhões de euros e com um prazo de execução previsto até finais de 2021. 

Todos os projectos estão ligados ao turismo sustentável. A ideia é  promover e convidar as pessoas a percorrerem a fronteira e não a limitarem-se a atravessá-la. A iniciativa termina às 18h30 com a inauguração da V Expocidades, que vai decorrer até ao dia 2 de Junho na Praça da República. A mostra conta com 25 stands que vão dar a conhecer aos cidadãos as várias cidades do Eixo Atlântico. 

Em Julho vão ter lugar na cidade dos arcebispos os Jogos do Eixo Atlântico. Mais de 2.000 atletas vão participar nas modalidades de futebol sete, atletismo e natação. Os Jogos do Eixo Atlântico contam também com desportos adaptados.