Emanuel Cameira e Avelãs Nunes recebem Prémio Victor de Sá

A história da literatura contemporânea Portuguesa e a arquitectura dos sanatórios são os temas das duas obras vencedoras do Prémio Victor de Sá, galardão atribuído a jovens historiadores. A cerimónia da atribuição dos prémios decorreu hoje, no salão nobre da UMinho, no Largo do Paço, em Braga.

Emanuel Cameira, investigador do Instituto de História Contemporânea na Universidade Nova em Lisboa, foi um dos premiados: a sua obra versou sobre a histórica editora “&etc”, de Vitor Silva Alves. O investigador explicou que o seu trabalho, que serviu de tese de doutoramento, “consistiu em perceber, de um modo sociológico e histórico, a forma como se construiu a editora “&etc” no campo da edição literária em Portugal”.

Quanto ao galardão recebido, Emanuel Cameira ressalvou que o Prémio Victor de Sá é “uma forma de legitimar a importância da investigação nas Ciências Sociais, que muitas vezes é feita em condições de alta precariedade”.

O outro vencedor do Prémio, José Avelãs Nunes, é também investigador integrado do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia – CIUHCT (Universidade de Lisboa/Universidade Nova de Lisboa), e arrecadou a distinção do Prémio Victor de Sá com o trabalho “A Arquitetura dos Sanatórios em Portugal entre 1850-1970”. A obra, tal qual a de Emanuel Cameira, serviu de tese de doutoramento do investigador. 

José Avelãs Nunes explicou que o trabalho “trata de analisar metodologicamente os sanatórios em Portugal”. 


“[A investigação] tenta perceber o que é o sanatório, como funcionou, e contextualiza do ponto de vista da arquitectura e da história da medicina para se conseguir perceber o fenómeno com mais de 100 anos e que vitimizou milhares de doentes em Portugal”, acrescentou.

Ambos os investigadores ressalvaram que o prémio Victor de Sá, que atribui 3.500 euros a cada um, “é altamente prestigiante”.


O Prémio Victor de Sá foi instituído há 27 anos pelo próprio Victor de Sá – falecido em 2003 -,historiador e antigo docente da Universidade do Porto e da Universidade do Minho. Desde o primeiro ano, todos os interessados em História Contemporânea Portuguesa – a partir de 1820 – podem submeter trabalhos. Na edição deste ano, o júri que avaliou as obras foi presidido pelo também historiador Viriato Capela. O presidente de júri enalteceu os trabalhos vencedores, apesar de reconhecer a qualidade de todos os participantes.

“São trabalhos que usam a história larga e extensamente: eles vêm de departamentos como sociologia, geografia e planeamento, arquitectura ou economia. A história constrói novos campos do conhecimento o que significa que os velhos domínios estritos da história não têm sido tão trabalhados”, assinalou.

*com Gonçalo Sales

Áudio:

Os investigadores premiados e o júri sublinham o “prestígio” do Prémio Victor de Sá

Pedro Magalhães
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