Encerramento CTT. “Só falta apagar Riba D’Ave do mapa”

“Já nos tiraram a Caixa Geral de Depósitos, vamos ficar sem ensino público a partir do 1º ciclo e agora tiram-nos os CTT?”. A desvalorização da freguesia e o desinvestimento do Estado naquela zona  são as principais preocupações da presidente da Junta de Freguesia de Riba D’Ave, Susana Pereira. Além do telemóvel que desde ontem não parou de tocar. São chamadas de populares, que agora terão de percorrer cerca de 20 quilómetros até ao centro de Famalicão, sempre que quiserem resolver alguma questão relativa aos CTT. Também os empresários daquela zona têm falado com Susana acerca do encerramento de um posto que existe há mais de 53 anos naquela freguesia. “Não encontro nenhuma razão para o encerramento deste posto. Dá lucro, tem muito movimento, temos muitas empresas a usar estes serviços e ainda serve a população de Famalicão e Guimarães”, revela, Susana Pereira.

Num primeiro momento, não pensou que o posto dos CTT de Riba D’Ave estivesse entre os 22 que vão encerrar em Portugal. “Sempre pensei que fosse boato”. A Junta de Freguesia não foi informada previamente pelos serviços dos CTT da intenção de encerrar a loja. A “péssima surpresa” que contribui para “a desvalorização da freguesia” é mais um motivo para juntar “aos muitos” que levam a presidente de junta e os cidadãos a considerar que “tem havido um desinvestimento do Estado naquela freguesia”.

Susana Pereira teme que as empresas comecem a equacionar a hipótese de sair de Riba D’Ave e a investir noutras zonas do país, uma vez que, esta e outras decisões tomadas pelo Governo no passado “têm tido implicações inimagináveis na freguesia”, assegura. Até mesmo no sector imobiliário pode verificar-se uma queda significativa, pois quem compra casa “leva em consideração os serviços que tem” à disposição na região. “Só falta pegar na borracha e apagar Riba D’Ave do mapa”, reitera.

Quem também já reagiu à decisão dos CTT foi o presidente da câmara municipal de Famalicão, Paulo Cunha que culpa o Governo pelo encerramento do posto em Riba D’Ave, mas deixa em aberto a hipótese de a loja vir a ganhar outra dimensão, ainda que não adequada às reais necessidades da freguesia. “Vamos ver o que se pode fazer, sendo que se deve sempre manter em aberto a possibilidade de os CTT passarem para a sede da Junta de Freguesia, a exemplo do que já aconteceu em Nine, Bairro e Delães”, referiu.

À Agência Lusa, Paulo Cunha disse que o número de pessoas que frequenta Riba  D’Ave reduziu substancialmente há cerca de dois anos, facto que terá influenciado a decisão dos CTT. “Estou francamente preocupado com as consequências que o encerramento pode acarretar para a população servida por aquela loja”, revela. Tal decissão dos Correios de Portugal está inserida no plano de reestruturação anunciado em Dezembro passado, que levará ao encerramento de 22 lojas em todo o país.

Áudio:

Encerramento da loja dos CTT preocupa empresários da região

Paulo Costa
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