“Energizarte” promete juntar a comunidade com a arte

Braga acolhe em 2019 a 6ª edição do Energizarte que visa a realização de intervenções artísticas de arte pública em meio rural, particularmente em territórios de baixa densidade.

O principal objectivo é realizar uma “intervenção física” em edíficados que pertencem à EDP e que estão “mal cuidados” de modo a criar outra paisagem, explicou Lídia Dias, Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Braga durante a apresentação do projecto que vai juntar artistas “consagrados” como João Martinho Moura, Sebastião Peixoto e José Pedro Santos e também artistas locais, prevendo um processo participativo com a população local, de forma a criar um conjunto de intervenções artísticas, tendo por base o património cultural, as tradições locais e as situações sociais concretas.

A iniciativa vai decorrer nas freguesias de Padim da Graça, Merelim S. Paio, Panoias, Parada de Tibães, Palmeira e Crespos e Pousada. Ao longo deste fim-de-semana decorrem sessões para que a população fale um pouco de cada freguesia aos artistas. “A iniciativa tem a particularidade deste trabalho ser feito com a comunidade. Vão-se realizar sessões comunitárias, já a começar este fim de semana nas juntas de freguesia, em que a população conta um bocadinho daquilo que é o seu território, histórias ligadas a pessoas e factos, para depois o artista conseguir perceber melhor cada local”, indicou. 

Nestas assembleias pretende-se definir um roteiro de arte e dos espaços públicos a intervencionar, que inclui também postos de transformação e armários da EDP Distribuição. Esse mesmo roteiro deverá estar concluído em Novembro deste ano.

“Este projecto é um excelente compromisso com a própria comunidade”

Este projecto já foi aplicado noutros locais, nomeadamente em Campo Maior (Mayor.art), no Algarve (WATT?), em Trás-os-Montes (Voltagem), no Ribatejo (UniArt) e em Vila Nova da Barquinha (ARTEJO). Para Ricardo Rio, Presidente da Câmara Municipal de Braga, esta actividade é um “excelente compromisso” com a própria comunidade e já deu o seu parecer noutros locais de forma a “valorizar” o território.

“A necessidade de levar cada vez mais iniciativas às freguesias periféricas e nós temos procurado fazer, aliás a nossa política de descentralização cultural vai ao encontro desse objectivo no sentido de tentarmos criar condições para que cada vez mais actividades sejam realizadas fora do núcleo urbano do Concelho. Estas actividades de valorização através da arte urbana tinham aqui uma identificação cultural com estas freguesias”, realçou. 

Este projecto faz parte da Arte Pública Fundação EDP, e Sandra Santos adiantou que pretende levar esta iniciativa a “todo o país”, de forma a “incluir” a comunidade com a arte e a criar mais espaços de expressão artística para os seus autores.