Ensino Superior. É preciso investimento público, alerta OCDE

A avaliação da OCDE, feita a pedido do governo, conclui que o nosso país precisa de 100 milhões de euros, para a investigação e desenvolvimento. Os reitores partilham desta “preocupação pelo aumento do investimento público no sistema e pela estabilidade nesse financiamento público”.
Além disso, a OCDE acredita que Portugal tem doutorados a menos e em situação laboral precária e chama a atenção para a saída de “cérebros” que procuram melhores condições fora do país. A instituição vai mais longe: Portugal desperdiça dinheiros públicos escassos ao financiar bolsas de doutoramento sem priorizar áreas de investigação onde essa formação faz falta, pode ler-se na avaliação da OCDE que voltou a ser feita, a pedido do Governo, após um interregno de dez anos.
O relatório preliminar sobre a avaliação do sistema científico de ensino superior e de inovação em Portugal foi apresentado esta sexta-feira.
Mais investimento, mais estabilidade, maior flexibilidade e diversidade na oferta formativa. São algumas das orientações positivas que o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) retira do relatório.
O ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, diz que as empresas têm de pagar mais e melhor para poderem enfrentar mercados mais sofisticados.
Já a Rede de Investigadores contra a Precariedade Científica considera que os dados não revelam nenhuma novidade. Em declarações à renascença esta manhã, Paulo Granjo, membro da rede, criticou a postura da maior parte das reitorias. Como exemplo é dado o programa integração dos precários do Estado, actualmente em curso. No âmbito deste programa, diz Paulo Granjo, as reitorias estão a dar indicações para que os investigadores sejam dispensados, e, por conseguinte, estão a boicotar a possibilidade de retirar cerca de quatro mil investigadores da precariedade.
Em resposta à avaliação da OCDE, o ministro promete “para breve” medidas, sem as mencionar, depois de o Governo se reunir e analisar o relatório.
Com TSF, RR e DN
Áudio:
Manuel Heitor e Paulo Granjo
