ES tem papel crucial no caminho para a igualdade de género

O Governo considera decisivo o papel das instituições de Ensino Superior (ES) no caminho para a igualdade de homens e mulheres na investigação, nas empresas e cargos de chefia, com destaque para a área da tecnologia.

A Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade de Género passou, na manhã desta sexta-feira, pelo campus de Azurém onde participou no arranque da I Conferência Internacional de Igualdade e Tecnologia.

Rosa Monteiro reitera que o Governo está empenhado em promover a igualdade, destacando a área das tecnologias. “Vivemos numa era de algoritmos, mas os algoritmos estão a ser construídos no masculino”, começou por referir. A governante sublinhou que nas tecnologias os nomes que a sociedade associa a heróis são maioritariamente homens, apesar de várias mulheres terem um papel relevante um pouco por todo o mundo nestas matérias.

Preconceitos e estereótipos “afastaram ao longo do tempo as mulheres” de determinadas áreas, algo que é preciso combater nas escolas e nas universidades, defende a secretária de estado. Apontando que os empregos de futuro passarão muito pelas tecnologias, Rosa Monteira defende que “a produção de algoritmos deve ser diversa”. Para isso “é fundamental que aprendam logo na universidade aquilo que é uma abordagem científica estabilizada, que é compreender o fenómeno de desigualdade das mulheres e dos homens, as suas raízes, a sua multidimensionalidade, e as formas como em cada área do saber e da intervenção profissional se pode e deve integrar esta matéria, de forma a combater estes fenómenos sociais”, disse.

Recordando algumas das mais recentes recomendações da Comissão Europeia, a secretária de estado sublinhou a necessidade de “dar a conhecer o exemplo de mulheres que estão nas tecnologias e engenharias”, assim como “programas de apoio a empreendedorismo digital feminino e mudanças em estruturas académicas e no próprio Ensino Superior. 

A realidade das universidades portuguesas

A secretária de estado defendeu ainda que “em Portugal este problema se expressa de uma forma que nem sempre tem sido devidamente reconhecida”, uma vez que “há muitas mulheres no estudo na área das ciências  e matemáticas, no entanto, nas tecnologias e engenharias os números não são nada positivos”. Indicadores que “devem ser analisados de forma correcta”, até porque “podem suscitar algum desinvestimento”, avisou.

Em Portugal, recordou Rosa Monteiro, “apenas 13,3% das pessoas que estudam TIC são mulheres”, e 16,1% das pessoas que estudam engenharias são mulheres. Além disso, um estudo recente europeu demonstrou que apenas 0,2% das adolescentes portuguesas perspectiva vir a ter uma carreira em TIC “o que é verdadeiramente assustador e está muito abaixo da média europeia”, defendeu.

A secretária de Estado exemplificou este problema precisamente com o que acontece nos diferentes cargos nas próprias instituições de Ensino Superior. “Temos muitas estudantes universitárias, muitas professoras no ensino superior, mas depois nos cargos de topo, mesmo nas áreas feminizadas temos essencialmente homens ou constituições muito assimétricas”, analisou.

UMinho está a fazer levantamento nas diferentes unidades orgânicas


A UMinho está a desenvolver o projecto Equal-IST fazendo um levantamento do número de homens e mulheres com destaque para a área das tecnologias. Isabel Ramos, coordenadora do projecto, adiantou que a instituição está a levar a cabo um código de conduta para combater as desigualdades. “Temos descoberto que há uma série de factores culturais que nos induzem a termos, por exemplo, menos alunas, ou termos essa diferença em termos académicos entre professores e professoras e nas várias posições e escalões da carreira”, explicou a docente da instituição.


A conferência que decorre no Centro de Computação Gráfica da Escola de Engenharia prolonga-se até ao final do dia.

Áudio:

Rosa Monteiro realça papel das instituições de Ensino Superior no combate à desigualdade de género em Portugal

Elsa Moura
Elsa Moura

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