Estádio Municipal está em vias de custar 180 ME aos cofres da CMB

Os partidos da oposição na Câmara Municipal de Braga exigem que a autarquia apresente de forma clara os custos directos do Estádio Municipal para os cofres do município. A pergunta foi endereçada pelo vereador socialista em reunião do executivo municipal, esta segunda-feira, na Associação Comercial de Braga.
Artur Feio frisa que “os números do PS não batem certo com os da Câmara Municipal”. O vereador refere também que esses mesmos valores não correspondem aos apresentados no programa da RUM Praça do Município pelo deputado municipal João Granja. Para o vereador é essencial contar com uma “linha única de discussão”.
Para além disso, o PS considera que os encargos com o Estádio Municipal são “enquadráveis com o orçamento da câmara, uma vez que este “está praticamente pago. Não é por aí que a autarquia pode justificar graves questões de liquidez de tesouraria”, afirma.
O socialista defende que neste momento é fundamental encontrar soluções para a situação, sendo que a Câmara continua em “guerra com o consórcio construtor”.
“Estádio Municipal podia ser mais rentabilizado”, CDU.
Há sete meses que o vereador Carlos Almeida espera por respostas da parte do executivo municipal liderado por Ricardo Rio. O vereador comunista explica que entregou uma questão, em Fevereiro, e até ao momento não obteve resposta. Porém, nos “meios de comunicação têm surgido respostas” a conta-gotas sobre os processos judiciais e dívidas.
Carlos Almeida defende uma “rentabilização do Estádio”. Para o vereador este é um imóvel que “só tem sido utilizado para jogos de futebol, de vez em quando, e pouco mais”. Mesmo no que toca à cidade desportiva do Sporting Clube de Braga, o vereador argumenta que o “clube deveria devolver à cidade”. Isto através de uma revitalização de toda a envolvente do estádio para assim dar um uso mais público ao local. Já quanto ao referendo, que foi reagendado para meados de Janeiro de 2020, Carlos Almeida frisa mais uma vez que “ficam respostas por dar”, uma vez que a oposição não sabe qual a pergunta que será feita aos bracarenses.
Estádio Municipal de Braga está em vias de custar, sem contar com juros, 180 milhões de euros à CMB.
A confirmação surgiu do presidente da Câmara Municipal de Braga que assume que os valores não foram ainda apresentados devido ao facto da “maioria dos processos estarem nos tribunais”. Aos jornalistas, Ricardo Rio declara que apenas em “encargos directos e das infraestruturas adjacentes, sem juros, o Estádio Municipal está a caminhar para os 180 milhões de euros”. Isto somando os custos de construção inicial e, por exemplo, as disputas judiciais com o consórcio ASSOC.
Contudo, é de realçar que este valor pode ser ultrapassado visto que a autarquia perdeu a primeira instância relativa às disputas sobre o projecto do imóvel. Uma valor que pode ascender aos 4 milhões de euros.
Para o edil o Estádio Municipal não é uma mais valia para a câmara garantindo que tem havido um “desperdício de recursos financeiros absolutamente exagerado” no imóvel. Por ano, devido ao empréstimo contraído, a autarquia paga 7,5 milhões de euros. O edil faz as contas e acrescenta que seria necessário mais um milhão e, desta forma, era possível “requalificar um FORUM Braga por ano ou dois mercados municipais. Investimentos mais úteis para os bracarenses”, sublinha Ricardo Rio.
Quanto à sugestão do vereador Carlos Almeida para rentabilizar melhor o espaço, Ricardo Rio assegura que não existem mais soluções, pois não conta com uma pista de atletismo e não pode ser utilizado para concertos devido à acústica.
