Estudantes da UMinho fazem aldeias mais felizes

São dias diferentes para os habitantes das aldeias de Paredes de Coura. De 10 a 12 de Julho, 25 estudantes do curso de Medicina da UMinho vão, porta a porta, realizar alguns exames médicos e distribuir sorrisos pelos mais idosos. Esta é já a 5ª edição do projecto “Aldeia Feliz” cujo sucesso já levou outras instituições de Ensino Superior do país a replicar a actividade.

José Costa, aluno do segundo ano de Medicina na academia minhota, participa pela primeira vez nesta iniciativa do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade do Minho (NEMUM) e reconhece que a parte humana não pode estar “desligada da medicina”.  Para além da companhia que faz muita falta a estes idosos mais isolados, os futuros médicos realizam alguns exames, até porque os hospitais mais próximos estão localizados em Viana do Castelo e Ponte de Lima.

“Procuramos medir a tensão arterial, a glicemia, medir o perímetro abdominal, verificar o peso e altura assim como o estado da habitação. É importante perceber se esta tem condições, por exemplo, se é arejada, se há perigo de queda e ainda se têm o apoio de familiares ou vizinhos. Para além disso, também recomendamos hábitos de vida mais saudáveis como fazer caminhadas ou até mesmo referenciar para um lar ou para frequentar o centro de dia”, explica o futuro médico.

Histórias de alguns idosos de Formariz


Aurora Santos tem 90 anos, feitos em Maio, é viúva há cerca de 30 e ainda lava a roupa no tanque, pratica jardinagem e participa em feiras de artesanato onde vende peças de tricot feitas por si. Apesar de ter um problema numa perna, todos os dias vai ao café da Junta de Freguesia “para não passar o dia sem falar com ninguém”. Uma verdadeira força da natureza que também procura incutir os seus gostos à neta. Um deles é o rancho, uma paixão da juventude até porque sempre gostou de “cantar e dançar”. Apesar de estar com a família, desabafa que gostava de ter mais companhia nos seu dia-a-dia para se distrair.


Júlio Rodrigues vive o dia-a-dia com a ajuda essencial da irmã, responsável por toda a sua medicação. Aos 73 anos, Júlio Rodrigues, que nunca casou, vive agora numa habitação social perto do moinho onde trabalhava com os pais quando era jovem. Um filho da terra que viveu com o que ela lhe dava. Os dias de hoje são passados entre o café da aldeia e as caminhadas.


Maria da Cruz, de 82 anos foi outra das idosas que abriu as portas aos jovens estudantes da UMinho. Teve uma vida difícil com a morte do marido e a deficiência de um neto do qual tomou conta. Os problemas visuais e de mobilidade dificultam o dia-a-dia de Maria, que apesar dos esforços da família passa muito tempo sozinha. Habituada ao seu espaço, Maria da Glória recusa-se a frequentar o centro de dia da aldeia de Formariz.

Vanessa Batista
Vanessa Batista

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