Faltam 400 funcionários no Tribunal de Braga

Reforço e rejuvenescimento dos funcionários, melhores condições de trabalho, reabertura das negociações sobre o estatuto socio-profissional e a reposição das carreiras com a contagem dos nove anos, quatro meses e dois dias de serviço congelado são as principais reivindicações dos oficiais de Justiça, que na manhã desta sexta-feira, 9 de Novembro, estiveram reunidos em plenário no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga.
Maria José Abreu é um dos rostos deste protesto. Há vários anos que é funcionária no Tribunal de Braga. Aos microfones da RUM garante que se não fosse “a vontade e brio profissional, a justiça em Portugal estava muito pior”. Em Braga estão a faltar “cerca de 400 funcionários e neste edifício, do administrativo, devem rondar os 20”, denunciou. A manifestante assegura que os trabalhadores estão desgastados. Neste momento têm de fazer o trabalho de dois ou mesmo três profissionais e, apesar disso, não são recompensados pelas horas extraordinárias.
“Não somos ouvidos”. Foram as primeiras palavras de Maria João Meira que diz que ao longo dos anos têm vindo a sair vários funcionários. Ainda assim, considera que o mais preocupante “é a faixa etária dos trabalhadores, que está acima dos 50 anos”, o que não corresponde ao nível de serviço. A funcionária reforça a premissa de que, neste momento, não têm capacidade “para dar resposta à carga processual existente”, que tem vindo a aumentar.
Recorde-se que os funcionários do Tribunal de Braga estão em greve desde o dia 5 de Novembro, duas horas de manhã e uma da parte da tarde. Vai ser assim até dia 31 de Dezembro. De acordo com o dirigente Sindical, José Torres, está agendada uma vigília para o dia 14 de Novembro, data em que a Ministra da Justiça se descola à Assembleia da República para discutir o Orçamento de Estado para 2019. Para o próximo ano está garantida a paralisação dos serviços dos dias 7 a 11 de Janeiro.
Áudio:
Declarações dos oficiais de justiça dos Tribunal de Braga sobre o estado da justiça em Portugal e a agenda reivindicativa do sindicato
