Famalicão. “Sector têxtil cria emprego, mas também destrói”

Mais de 4000 pessoas estão inscritas no Centro de Emprego e Formação de Famalicão. Desempregados com idades compreendidas entre os 50 e os 65 anos são os que mais contribuem para estes dados. A informação foi revelada, esta manhã, após uma reunião entre o deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Soares, o delegado do Norte do IEFP e o coordenador IEFP de Famalicão. Segundo o deputado bloquista, quando comparados com o ano de 2017, os dados revelados evidenciam um recuo relativamente às pessoas inscritas no centro de emprego de Famalicão.
“São 4321 inscritos no IEFP de Famalicão, menos 1088 do que há um ano. Sabemos que existem desempregados que não estão inscritos. O têxtil é o sector com maior oferta de emprego, mas também o sector que destrói mais emprego. Há um balanço positivo entre essa destruição e essa criação. O delegado regional reconhece que há uma evolução muita lenta. Continuam a ser empregos em áreas de baixa qualificação com salários muito baixos”, explica.
Para Pedro Soares é importante avaliar estes números, uma vez que, uma “boa parte dos empregos criados não tem qualidade”.
A propósito da Feira de Emprego e Formação de Famalicão, que aconteceu no passado dia 26 de Abril, Leonel Rocha, vereador da educação do município, dizia que o “desemprego em Famalicão não é um problema”. Pedro Soares não concorda com as palavras e refere que os dados contrariam a afirmação do vereador.
“Sabemos que o presidente da câmara tem uma tendência óbvia para fazer propaganda do concelho. O facto é que a tendência de evolução entre qualificação e salários é muito lenta. Continua-se a criar emprego com baixa qualificação. O pior que há para curar uma doença é iludir a doença. Não vale a pena tentar curar a doença com propaganda”, refere Pedro Soares.
Outro dos pontos em discussão na reunião foi a antiga fábrica Ricon. Cerca de 500 ex-trabalhores daquela empresa inscreveram-se no centro de emprego, mas quase 200 ainda continuam sem emprego. Três meses depois do encerramento da fábrica, o bloco frisa que é necessário “criar alternativas de emprego no território”. A qualidade de emprego preocupa o BE, até porque “algum do emprego está a ser criado de forma precária”.
Áudio:
Pedro Soares explica os pontos discutidos na reunião.
