Fogos:JP Braga acusa Protecção Civil de beneficiar Guimarães

A Juventude Popular (JP) de Braga acusa o actual comandante distrital de operações de socorro (CODIS) de Braga de deslocalizar, no decorrer do incêncio de Domingo, meios de combate aos fogos de Braga para Guimarães.
De acordo com a JP, na noite em que Braga foi assolada pelo maior incêndio de que há memória na cidade, Hermenegildo Abreu ter-se-á deslocado de Vieira do Minho para Braga para dar ordens de deslocação de meios.
Esta quarta-feira, Francisco Mota, presidente da JP de Braga, em conferência de imprensa, fez uma análise política dos acontecimentos, dizendo que se poderá tratar de uma “perseguição política” à Câmara Municipal de Braga, por esta ser gerida pela coligação Juntos por Braga (PSD/CDS), tendo também em conta que a autarquia de Guimarães é liderada pelo Partido Socialista.
“Não ouvimos, até pela «lei da rolha», uma explicação cabal do Comando Distrital de Operações de Socorro, sobre as opções in loco”, referiu. De acordo com Francisco Mota, o combate ao incêndio, estava a ser liderado pela 2ª CODIS de Braga, Marinha Isabel Esteves e daí “não compreender”, em primeira instância, o deslocamento do 1ª CODIS ao local, lembrando ainda que estes cargos são de nomeação política. Francisco Mota exige uma resposta por parte do responsável.
Numa análise aos incêndios do passado do Domingo, Francisco Mota criticou também o actual Governo, dizendo que, apesar de o periodo crítico ter sido prolongado até 31 de Outubro, os meios não foram suficientes e, em Braga, o combate às chamas foi feito com meios insuficientes. “Não tivemos meios reforçados, as torres de vigia estavam desactivadas, como foi o caso de Santa Marta das Cortiças”, lembrou. Para o responsável, caso esta torre estivesse activa, “certamente seria mais um meio de prevenção para que o incêndio nao tomasse a proporção que tomou”, lembrando também a ausência de meios aéreos.
O presidente da JP refere que apenas estiveram no combate ao incêndio 80 operacionais e 30 viaturas (números inferiores aos referidos no balanço feito pelas autoridades) e, assim, a ajuda dos populares foi essencial.
A JP de Braga exige ainda ao Governo que Braga seja contemplada com a qualificação de “calamidade pública”. “Só assim poderemos beneficar dos Fundos Europeus para catástrofes naturais, já que é necessário recuperar o património que foi perdido”, sublinhou. Francisco Mota apela ainda a que seja feito um Cadastro Florestal Municipal da área ardida bem como do restante concelho, “para que se possa trabalhar em prol da recuperação de Braga”.
No final, ficou ainda um apelo aos bracarenses para que sejam sócios dos Bombeiros Voluntários de Braga, que conta com cerca de 2000 associados.
A RUM tentou contactar o actual comandante distrital de operações de socorro não tendo sido possível até ao momento.
