Fronteira entre Portugal e Espanha “deve ser ponto de união”

O Primeiro Ministro afirmou hoje em Braga que o Eixo Atlântico é “essencial para afirmar a capacidade de Portugal e Espanha nas redes globais”.
António Costa esteve no Theatro Circo para o encerramento do Congresso do Eixo Atlântico, no âmbito das comemorações dos 25 anos.
No discurso, o Primeiro Ministro reiterou que a fronteira entre os dois países “não pode ser uma linha de separação”, pelo contrário, deve ser “um ponto de união”. Para o governante “a Península Ibérica tem que ser um espaço económico único de 60 milhões de habitantes”, lembrando que junto à fronteira portuguesa, Espanha tem 6 milhões de habitantes, ou seja “60% mais do que a actual população portuguesa”, reflectindo “a dimensão do que é o potencial de crescimento”. Por isso, sublinhou: “a fronteira tem mesmo de ser um ponto de união”.
Costa realçou ainda a projecção da Península Ibérica no espaço Atlântico e no espaço global, e a localização privilegiada e segura no Mundo. “Hoje com a duplicação do Canal do Panamá, as rotas Atlânticas têm um valor diferente do que tiveram no passado, e com a instabilidade que existe em outras rotas mundiais, esta é uma rota cada vez mais segura e cada vez mais decisiva”, especificou, defendendo, por isso, o “fortalecimento deste eixo absolutamente estratégico para o desenvolvimento dos dois países”.
O Laboratório Internacional de Nanotecnologia foi mais uma vez enaltecido, quer pelo Primeiro Ministro, quer pelo presidente da Câmara Municipal de Braga, como “um dos melhores exemplos do sucesso da cooperação transfronteiriça”.
O Primeiro Ministro voltou a referir-se às ligações ferroviárias entre os dois países e também à promoção dos quatro rios comuns. Até ao final de 2019 estima-se que fique concluído o projecto de de electrificação e modernização da linha do eixo ferroviário entre Porto e Vigo. António Costa afirmou que se trata de “um eixo fundamental para fortalecer as relações ibéricas” e defendeu “as outras pequenas ligações, a partir dos quatro rios comuns: Minho, Guadiana, Tejo e Douro”.
Por sua vez Ricardo Rio, autarca de Braga e presidente do Eixo Atlântico sugeriu à União Europeia (UE) um olhar mais atento ao Eixo Atlântico, “um exemplo de que vale a pena cooperar”. O autarca afirma que a Europa precisa destes “exemplos de sucesso” para “fortalecer as ambições e necessidades de cada um dos cidadãos”. Rio deixou uma promessa pelo Eixo Atlântico: “O Eixo Atlântico quer continuar a demonstrar que vale a pena cooperar entre os dois lados de uma fronteira que queremos que deixe de existir”, defendeu.
No âmbito dos 25 anos do Eixo Atlântico foram homenageados Fernando Gomes, Fundador do Eixo Atlântico, Eneko Landáburu, ex-director geral de política Regional da Comissão Europeia e Jacques Delors, ex-presidente da Comissão Europeia, cujo prémio foi recebido por António Vitorino em sua representação.
