Greve em Braga oscilou entre os “75 e 80%”

Os professores terminam hoje, a Norte, a greve de quatro dias, convocada por dez organizações sindicais, que decorreu, por regiões.

Em Braga, as taxas de adesão a oscilam “entre os 75 e os 80%, com algumas situações acima dos 80%”, informou Júlia Vale, do Sindicato dos Professores do Norte. A greve afetou sobretudo escolas do “pré-escolar e 1.º ciclo”.

“Uma adesão muito significativa, que levou ao encerramento de muitas escolas”, como aconteceu na “generalidade das escolas básicas do Agrupamento Alberto Sampaio que encerraram”, explicou Júlia Vale.

A recuperação do tempo de serviço que esteve congelado é uma das principais reivindicações.

No dia em que os professores cumprem o quarto e último dia de paralisação, o Conselho de Ministros aprovou o decreto-lei que reconhece a recuperação de 2 anos, 9 meses e 18 dias.

Júlia Vale admite que este decreto não foi negociado e que não resolve a situação dos professores.

“Fizeram publicar isto à revelia daquela que é a exigência dos professores, procurando com isto, se calhar, que os professores se calem, mas os professores vão manter a luta até ao limite”, sublinhou.

Os professores manifestam também pela sobrecarga horária, precariedade e redução da pensão. E se o Governo se mantiver inflexível, novas lutas estão previstas.

A este respeito, o Sindicato Nacional de Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU)  esclarece que “com a falta de investimento do Governo na escola pública e nos seus profissionais as condições de trabalho têm-se vindo a degradar”.  A mesma unidade sindical defende que é necessário rever o “atual modelo do concurso de professores, para a regulação eficaz e eficiente da colocação de professores”.

Se o Governo continuar inflexível, adiantou a representante do Sindicato dos Professores do Norte, estão previstas novas contestações “por altura da discussão, na Assembleia da República, das questões relativas à Educação para o Orçamento de Estado, e também por altura da aprovação do Orçamento de Estado”.

Em relação à manifestação nacional prevista para o dia de amanhã, Dia Mundial dos Professores, e perante a adesão a greve dos últimos quatro dias rondar os 80%, Júlia Vale espera que “o número seja ainda mais elevado, porque é esta a resposta que o Governo merece”.

Dezenas de professores reuniram-se, na tarde desta quinta-feira, na Avenida Central, em Braga, para entregar aos bracarenses e aos turistas um panfleto escrito em várias línguas, onde explicam aquilo que reivindicam.

*Por Liliana Oliveira