Grupo de cidadãos leva venda da Confiança à UNESCO

Um grupo de cidadãos enviou uma queixa para a UNESCO contra a venda da fábrica Confiança. Recorda que Braga integra o grupo de cidades criativas da UNESCO, ostentando o título de cidade criativa nas Media Arts, “tendo assumido o compromisso de valorizar as indústrias criativas e o acesso democrático à cultura”. Agora, com o anúncio da venda da Confiança, espaço que era apontado como um futuro pólo cultural da cidade com ligação às indústrias criativas e à memória da cidade, Luís Tarroso Gomes avisa que a cidade não está a respeitar a ‘carta de Dublin’, que “defende que nos edifícios notáveis, toda a intervenção deve ser mínima e nos edifícios menos notáveis é preciso documentar tudo, o que quer num caso quer noutro não foi feito”.


Para os promotores da queixa dirigida à UNESCO, o processo de venda “é pouco transparente, feito à pressa e sem diálogo com os cidadãos. A venda significa a total destruição do valioso património industrial ainda existente no concelho de Braga, em total desrespeito pelos “Princípios de Dublin” estabelecidos em conjunto pelo ICOMOS (UNESCO) e TICCIH, que defendem uma nova utilização das instalações industriais como solução de conservação mais sustentável, respeitando os elementos significativos existentes, como ficou patente num debate com especialistas realizado no passado dia 27 de setembro”, pode também ler-se no comunicado enviado à RUM. Além disso, “a venda vai privar o concelho de um novo equipamento cultural que estava previsto. Apesar de Braga ter cerca de 200 mil habitantes, os equipamentos culturais encontram-se todos localizados no centro histórico”, alerta a ‘Plataforma Salvar a Confiança’. 

Os promotores da queixa apelam à UNESCO que sensibilize a Câmara de Braga para que suspenda o processo. “Espero que a UNESCO não feche os olhos. Não se pode querer ser da UNESCO para umas coisas e depois não querer ser para outras. Ou se é convictamente uma cidade que está na rede da Unesco, ou não é”, sublinha Luís Tarroso Gomes.

O grupo de cidadãos reitera que a venda da Confiança a privados não acautela qualquer salvaguarda do património industrial.

Áudio:

Luís Tarroso Gomes, porta-voz do grupo de cidadãos que endereçou a carta, explica à RUM as motivações

Elsa Moura
Elsa Moura

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