Guimarães: cidadãos defendem jardim em vez de Parque Camões

Em Guimarães, persiste a luta contra a construção do Parque de Camões. Este Sábado decorreu uma vigília para a criação de um novo jardim público no local onde a autarquia pretende construir o parque de estacionamento. Para a Câmara Municipal, o parque, que terá mais de 400 lugares, é estratégico e necessário, tendo em conta o objectivo de pedonalizar o Centro Histórico.
Na passada sexta-feira foi interposta uma providência cautelar, no sentido de parar a construção. Max Fernandes, porta-voz da Assembleia Popular da Caldeiroa, referiu que a vigília, marcada na sexta-feira, focou-se na urgência de travar a obra. “Foi uma vigília muito interessante porque os participantes sentiram que estavam num espaco público a discutir um problema da cidade. Foi um sucesso porque foram reforçadas as ideias que defendemos”, sublinhou.
Para os cidadãos, ao contrário do Parque de Camões, o jardim público daria à cidade um espaço tranquilo, com apenas duas entradas e propício a “banhos de sol no Inverno”. O novo espaço evitaria mais “trânsito no centro da cidade” e criaria ainda, graças ao seu “solo permeável, uma ligação de contraste” com o Largo do Toural, ali próximo, que, na sequência da requalificação para a Capital Europeia da Cultura, em 2012, ficou com o solo “todo impermeabilizado”.
Max Fernandes lamentou ainda que a autarquia não tenha promovido uma discussão pública acerca do assunto.
“Não se discutiu as características, nem a dimensão nem a implentação. Não houve um estudo de impacto ambiental, quer antes e depois da construção. Há pouca gente a entender as características deste parque de estacionamento”, lamentou.
Na sexta-feira, a Câmara de Guimarães tornou públicos os documentos que considera “essenciais” do processo do Parque de Camões. Para a Assembleia Popular da Caldeiroa, não foram disponibilizados documentos suficientes. “Queremos que a Câmara torne público o processo de todo o projecto: a fase de candidatura, o concurso e todos os projectos que foram aprovados”, apelou. “As pessoas não tem consciência do que se passa e de qual é o verdadeiro projecto”, sublinhou.
O projecto foi considerado de Interesse Público, em votação na Assembleia Municipal. Caso contrário, este violaria o Plano Director Municipal (PDM), “porque provoca alterações topográficas, põe em causa a relação harmoniosa com o terreno envolvente, por não ter em consideração que o projecto ocupará áreas da estrutura ecológica municipal de nível dois”, detalhou Max Fernandes à RUM.
