Guimarães e Famalicão atiram-se ao Governo

Depois de Braga, esta quinta feira os autarcas de Guimarães e Famalicão também se manifestaram contra a estratégia do governo no sector dos transportes.

Em Guimarães, a posição do autarca Domingos Bragança foi manifestada depois de questionado pelo líder da oposição André Coelho Lima em plena reunião do executivo. “Está a ser discutida publicamente no país todo uma proposta do presidente da Câmara Municipal de Lisboa que beneficiaria só as áreas metropolitanas e até à reunião de câmara de hoje, e por iniciativa da oposição, não foi ouvida uma palavra do presidente da Câmara de Guimarães”, atirou o social democrata André Coelho Lima. 

Em Guimarães, o sistema TUG é concessionado. André Coelho Lima considera que “o município deveria investir na concessão, pagar o seu prejuízo, para que os autocarros possam chegar a todos os pontos do concelho, e com muita frequência”. O social democrata disse ainda que Guimarães “não pode ter à sua volta autocarros de 15 em 15 minutos em todos os sítios”, enquanto nalgumas zonas do concelho “há apenas dois por dia”, e ao fim-de-semana “não há”.

Na resposta, Domingos Bragança sublinhou que Guimarães “nunca aceitará medidas discriminatórias positivas para as áreas metropolitanas”, referindo ainda que Guimarães  estará em conjunto com todos os municípios a “travar o combate que for necessário”.

“É absolutamente inqualificável”, defende Paulo Cunha

Por seu turno, Paulo Cunha, edil famalicense, afirma que é “absolutamente inqualificável” o que Lisboa e o Governo se preparam para fazer. O autarca lembra que “quem perde é o país”. “Quem mais produz, quem mais trabalha, quem cria mais riqueza, quem exporta mais, quem emprega mais e quem ajuda mais o país a sair das dificuldades não está na grande Lisboa nem no grande Porto, mas em Famalicão, em Braga, em Viana do Castelo, em Bragança, em Évora ou em Faro, ou seja, no país profundo”, atirou.

Recorde-se que desde o início da semana, o presidente do município de Braga manifestou em várias entrevistas o seu desagrado face ao que se foi sabendo de Lisboa através de uma entrevista de Fernando ao semanário Expresso.