Guimarães: parque de Camões avança apesar da contestação

Em Guimarães, a construção do Parque de Estacionamento de Camões já arrancou. As obras arrancaram esta segunda-feira, apesar da contestação dos moradores da zona, dos partidos da oposição e do parecer negativo do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS). O parque, que terá 400 lugares de estacionamento, custará cerca de 8 milhões de euros à autarquia.
A Assembleia Popular Caldeiroa, criada por um grupo de moradores da zona, está contra a construção do parque. O porta voz, Max Fernandes, afirma que o início da construção representa “pressão” por parte da autarquia vimaranense “para a Assembleia e mesmo para todos os vimaraneses”. “Na sessão de esclarecimento, que decorreu em Maio, na Sociedade Martins Sarmento, ficou bem patente a ideia de que nunca houve uma discussão pública específica sobre o projecto”, lamentou.
A Assembleia da Caldeiroa salientou que a reivindicação foi apresentada esta terça-feira, na Assembleia da Junta de Freguesia da Cidade. “Exigimos que os moradores sejam tidos em consideração num projecto cuja dimensão e localização obrigaria a um período de discussão”, referiu.
O projecto foi considerado de Interesse Público, em votação na Assembleia Municipal. Caso contrário, este violaria o Plano Director Municipal (PDM), porque provoca alterações topográficas, põe em causa a relação harmoniosa com o terreno envolvente, por não ter em consideração que o projecto ocupará áreas da estrutura ecológica municipal de nível dois”, detalhou Max Fernandes à RUM.
Recentemente, a Assembleia Popular da Caldeiroa lembrou que um grande número de morcegos foi visto a sobrevoar diariamente a zona do interior do quarteirão. Max Fernandes recorda que a espécie é protegida por lei, através do Decreto 31/95 de 18 de Agosto,que assenta no acordo de conservação de morcegos da União Europeia. Neste sentido, contactaram o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, para saber se foi pedido algum parecer ao organismo pela autarquia.
Recorde-se que própria Assembleia nasce da indignação dos moradores que, inicialmente, notam que existem, na proximidade, dois parques de estacionamentos, um dos quais públicos, onde se realiza a Feira Semanal.
