Guimarães: Plano de Mobilidade Urbana novamente em discussão

O Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS) de Guimarães foi o principal assunto de discussão na reunião de Câmara de hoje. Apesar de a discussão pública ter terminado no passado dia 31, as forças políticas vimaranenses ainda debatem os pontos descritos no PMUS, ainda susceptível de aprovação municipal.
A coligação Juntos Por Guimarães, constituída pelos partidos PSD e CDS/PP, manifestou preocupação com alguns dos pontos do PMUS. André Coelho Lima, vereador sem pelouro, considerou que “as ciclovias previstas continuam a não ser vias alternativas ao automóvel”. O vereador sublinhou que as ciclovias são pensadas para o “cicloturismo, andam pelos montes, pelos rios, andam em sítios bonitos para andar ao fim-de-semana, mas não andam por sítios práticos”. Além das ciclovias, André Coelho Lima lamentou que o PMUS “misture conceitos: não se percebe até onde vai o plano em termos de novas vias… não está bem ter uma filosofia para a via de Lordelo e outra para as Taipas quando o problema é o mesmo, o excesso de tráfego”.
O vereador com o pelouro do urbanismo, Fernando Seara de Sá, assinalou que o plano não está circunscrito aos pontos enumerados e referiu que o objectivo do PMUS é o de mudar mentalidades no que respeita ao uso excessivo do carro.
“É um plano mais longo e que procura que as mudanças não sejam somente feitas do ponto de vista do território mas também que pretende que mais gente utilize, até 2030, a bicicleta. Vamos medir a eficácia do plano não só pelas acções concretas mas também pelos resultados que obtemos através dessas acções. No essencial, é disso que estamos a falar, de definir uma estratégia de mudança do paradigma da mobilidade”.
Já o vereador da coligação Juntos por Guimarães, António Monteiro de Castro, manifestou reservas quanto às novas vias previstas no PMUS mas mostrou-se satisfeito quanto à “requalificação de algumas estradas”.
O presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, também se pronunciou em relação à matéria e afirmou que o PMUS restabeleceu prioridades.
“A prioridade é a mobilidade pedonal, depois a ciclável, a seguir os transportes públicos, depois o uso eficiente do automóvel e finalmente a utilização só do automóvel. Isto significa uma inversão das prioridades, tendo em conta a defesa do ambiente, mas não significa que vamos deixar de fazer as grandes estruturas viárias. Temos de fazer tudo”, explicou.
A consulta do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Guimarães pode ser feita aqui.
Áudio:
As forças políticas em Guimarães discordam nos principais pontos do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável
