Guimarães: socialistas aprovam relatório de contas de 2016

A Câmara de Guimarães aprovou, esta quinta-feira, o relatório de contas de 2016. Com um resultado líquido de 10 milhões de euros, o relatório foi votado favoravelmente pela maioria socialista, mas contou com os votos contra da coligação Juntos por Guimarães (JpG) e a abstenção do vereador da CDU, José Torcato Ribeiro.
A coligação JpG deixou críticas à gestão municipal das contas públicas. António Monteiro de Castro, vereador da oposição, referiu que o município tem mais receita do que necessita, que advém dos impostos. “Os indicadores confirmam que o município tem receitas superiores àquelas que efectivamente necessitava. Não é só o resultado líquido (lucro), mas também os fluxos de capital e os depósitos a prazo. Ainda que tenham mais de 40 milhões de empréstimos a médio/longo prazo, também têm mais de 40 milhões de depósitos a prazo na banca”, destacou.
Monteiro de Castro lembrou ainda que, no final de 2013, Guimarães tinha 18 milhões de euros de saldo de gerência, em 2014 passou para 22 milhões, em 2015 chegou aos 30 milhões e agora ronda os 38 milhões de euros. Dados que o vereador centrista considera “impressionantes”.
O autarca Domingos Bragança encarou as críticas da oposição como elogio à boa gestão dos dinheiros públicos. “É um relatorio equilibrado, que mereceu elogios pela oposição. Percebemos que temos todas as condições para dar seguimento e execução ao plano ambicioso de investimentos que temos tido”. Domingos Bragança deu o exemplo da centralidade das Taipas, e de Vila de Ponte, a Academia de Ginástica e o Parque de Estacionamento de Camões que, em conjunto com outras obras envolverão cerca de 30 milhões de euros.
Domingos Bragança disse ainda que a taxa do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) em Guimarães é semelhante ao dos concelhos vizinhos e que o segredo para os resultados positivos são os Fundos Comunitários. “O alinhamento das taxas é igual ao de Braga e Famalicão, que são muitas vezes utilizados como exemplo pela oposição. Se pudesse pôr a taxa no nível zero, faria. Tal não é possível porque iria bloquear todo o investimento de Guimarães”, disse.
Quanto à abstenção da CDU, Torcato Ribeiro justificou a mesma com a falta de um elemento essencial que não está contemplado no relatório: a mobilidade. “Não é o nosso orçamento, naturalmente que merece esta reserva. As contas estão consolidadas e a Câmara orgulha se de ter um orçamento devidamente controlado. Ainda assim, gostaríamos de ver neste orçamento uma boa verba dedicada aos transportes públicos e à mobilidade”, lamentou.
A saúde financeira de Guimarães esteve em discussão na última reunião municipal, desta quinta-feira, que decorreu em Serzedo. A próxima reunião descentralizada acontecerá na União de Freguesias de Sande Vila Nova e Sande S. Clemente.
