Gulbenkian de Braga. Directora explica demissão e regresso

Em Maio demitiu-se da direcção do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, mas entretanto recandidatou-se ao cargo. Ana Maria Ferreira foi reeleita por maioria absoluta há cerca de um mês e vai continuar, por mais um mandato, à frente dos destinos do Conservatório público. Esta terça-feira à noite, em entrevista ao programa Campus Verbal admitiu que se sentiu “desmotivada” por falta de recursos, apesar dos sucessivos pedidos e alertas junto da tutela. 


Aos microfones da RUM, Ana Maria Ferreira explicou que se sentia “impotente” face às dificuldades “diárias”. “Quando os nossos recursos são escassos e os nossos superiores hierárquicos não nos ouvem, há um momento em que há o desânimo e há o basta. Saí tão desanimada que nunca pensei que passados uns meses estava a voltar”, confessou.

A cada ano lectivo, o arranque é colocado em causa por falta de assistentes operacionais. Só com sucessivos alertas de que a escola não poderá abrir portas é que o Ministério acaba por resolver a situação. Ainda assim, em 2018, a gota de água foi a falta de funcionários administrativos. “Tínhamos falta de assistentes técnicos, há uma senhora que fica doente e foi dito que era preciso alguém em mobilidade”, começa por explicar, referindo que em Janeiro, altura de fechar o ano económico, a “escola estava em incumprimento” por excesso de trabalho que sobrecarregou as técnicas daquele serviço. Segundo a directora do Conservatório, a secretária de estado tomou conhecimento da situação reconhecendo a necessidade de colocar duas funcionárias em mobilidade. No entanto, “o processo empancou na DGEstE”. Em Março, sem respostas, Ana Maria Ferreira decidiu pedir a demissão junto do Conselho Geral. 


O anúncio “surpreendeu” e “preocupou” a comunidade. Surgiram apoios por parte da classe docente, do pelouro da Educação na Câmara Municipal de Braga (CMB) e da Junta de Freguesia de S. Victor. Atitudes que convenceram Ana Maria Ferreira a voltar, depois de iniciado um novo processo eleitoral, que contava com um dos docentes do Conservatório como candidato, mas que pouco depois recuou.


“O mobiliário do Conservatório é o que não serve para os outros” – Directora do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga


Depois de dar “uma nova oportunidade”, a Directora do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian espera agora assistir à resolução “dos principais problemas”, com destaque para o número de funcionários, mas também a requalificação do edifício, construído em 1960. O Conservatório tem conseguido “algumas ajudas”, mas sempre “através do orçamento participativo escolar”, lembra.  Ana Maria Ferreira refere que o Conservatório tem “mobiliário velho” que chega “das escolas que são requalificadas”. “Todos os anos nas férias vamos buscar aquilo que não serve para os outros”, lamenta. 


Depois de uma auditoria solicitada pelo próprio Conservatório, o relatório da Associação Nacional de Protecção Civil apontou “várias carências” e até “falhas de segurança”. Agora, Ana Maria Ferreira espera reunir “as condições mínimas” para solucionar estas questões e, posteriormente, projectar novas ideias.


A entrevista na integra ao programa Campus Verbal pode agora ser ouvida em podcast

Áudio:

Ana Maria Ferreira lamenta falta de condições do Conservatório a vários níveis

Elsa Moura
Elsa Moura

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