Há mais liberdade religiosa em Braga

Portugal é um país maioritariamente devoto a uma religião: os últimos dados mostram que mais de 80% da população é católica. Em Braga, a percentagem andará próxima, ou até mais elevada. No entanto, nos últimos anos, novas religiões têm encontrado o seu espaço na cidade minhota: há cada vez mais lugares para muçulmanos, hindus, jeovás, mórmons ou protestantes reunirem e praticarem a sua fé.

O padre João Torres, pároco de Priscos, refere que Braga é hoje um concelho propício “para que cada um, livremente” possa praticar “aquilo em que acredita”. “Acho que Braga consegue, actualmente, proporcionar a quem é de uma outra confissão religiosa, poder praticá-la sem ser coagido de nenhuma forma”. O pastor Emanuel Dinis, representante da comunidade da Igreja Evangélica Metodista, esclarece que, para essa maior liberdade de pensamento, as universidades em Braga contribuíram em grande medida.

“Braga é uma sociedade tradicional, há que reconhecer, mas já foi muito mais unitarista. Hoje há uma pluralidade e a universidade, nesse aspecto, veio arejar muito a sociedade bracarense: muitos estudantes que vieram de fora, trouxeram outros hábitos e culturas”.

A Igreja Evangélica Metodista, uma divisão protestante do cristianismo, distingue-se, segundo Emanuel Dinis, por acreditar que Jesus Cristo é Deus. Ao contrário da Igreja Católica Romana, não acredita em santos. Como descreve o pastor, os metodistas “vão directos ao assunto”. A comunidade tem pouca expressão em Braga: são à volta de 100 praticantes. O pastor Emanuel Dinis assinala que o número não importa e os metodistas são pessoas “que todos os dias, de modo transparente, transformam o seu ritual, na sua família e na sociedade em que se inserem”.


Numa rápida pesquisa na web, encontram-se lugares de encontro em Braga para outras religiões. O que não se encontra é um lugar para judeus: não por discriminação, mas porque a comunidade judaica tem aglomerados apenas no Porto, em Lisboa e em Belmonte. O judeu Pedro Diogo, representante da comunidade de Belmonte, diz que Portugal não discrimina os, diz, entre 500 a 550 judeus habitantes no país.

Pedro Diogo alerta que as situações em França ou na Alemanha são mais alarmantes. Em Portugal, a sua comunidade em Belmonte “serve de ponto de encontro entre judeus de todo o mundo”, desde brasileiros a colombianos.


Judeus, católicos, protestantes, muçulmanos, hindus, ou outras dezenas de religiões, olham para a sua confissão do mesmo modo: o de encontrar a paz, através da fé. João Torres, o pároco de priscos, estabelece a descrição ideal: “Deus não tem religião nenhuma. A religião é só um meio para se chegar a Deus: numa linguagem mais simplista eu posso aceder à internet com o telemóvel, com um tablet ou com um computador. As pessoas podem chegar a Deus através de vários meios”.

Áudio:

Reportagem com representantes religiosos sobre o tema “Diálogo, Tolerância e Paz”.

Pedro Magalhães
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