“Houve aproveitamento político sobre a colocação de torniquetes”

A nova vereadora com o pelouro dos Recursos Humanos na Câmara Municipal de Braga (CMB) considera que a colocação de torniquetes foi uma medida “mal interpretada” e da qual a oposição quis retirar aproveitamento político.
Ontem à noite, em entrevista ao programa Campus Verbal na RUM, Olga Pereira reafirmou que a medida visa apenas filtrar o acesso ao edifício do Pópulo. “É uma medida muito mal entendida. Está a funcionar com muita normalidade. A única coisa que visa é controlar o acesso de pessoas estranhas ao serviço dentro do edifício”, reiterou. A vereadora sublinha que não se trata de uma forma de controlar o horário dos trabalhadores, uma vez que estes “já registavam e continuam a fazer o seu biométrico”. “A única coisa que acontece é que o torniquete abra quando o trabalhador coloca a sua identificação”, explicou.
Questionada sobre um eventual aproveitamento político por parte do PS e da CDU, Olga Pereira foi taxativa: “Isto não é mais do que um aproveitamento político. Como é óbvio, um edifício da natureza da Câmara de Braga, com a quantidade de pessoas que tinha estranhas ao serviço a circular dentro dos corredores exigia que a CMB tomasse medidas. É uma medida muito mal compreendida pela oposição e, obviamente, uma escalada de aproveitamento político”, respondeu.
REGULAMENTO DE ASSIDUIDADE NA CMB ESTÁ EM VIGOR HÁ DOIS ANOS. “Há um momento em que é preciso ter consequências dos factos que acontecem” – esclarece Olga Pereira
No mês passado, onze trabalhadores foram penalizados no seu salário por faltas injustificadas. Na altura, a situação foi denunciada pelo vereador do PS, Artur Feio, que voltou a acusar a CMB de perseguir os seus trabalhadores. Ontem, aos microfones da Universitária, Olga Pereira esclareceu que “o regulamento tem mais de dois anos e toda a gente conhece as normas”.
Sobre a situação denunciada, a vereadora especificou que foram onze os casos de infracção que levaram a uma penalização salarial. “As faltas ao serviço devem ser do conhecimento do serviço logo que sejam previsíveis, quando não são previsíveis e acontecem, todos os colaboradores têm um prazo de 72 horas para justificar a sua falta. Quando assim não acontece, a falta é injustificada e tem consequências práticas, o desconto no vencimento”, esclarece. “Não é um fenómeno da CMB, é transversal a toda a administração pública e a todas as empresas privadas”, continua.
Olga Pereira refere que o período de transição “foi muito grande e há um momento em que é preciso ter consequências dos factos que acontecem”. A vereadora da coligação Juntos por Braga desmentiu ainda Artur Feio. “O vereador disse indevidamente que devia ter havido audiência prévia”, mas os casos em questão estão relacionados com faltas injustificadas”, daí que não exista nada para apreciar, levando ao desconto no vencimento.
