INL mostra novas formas de combater o Cancro

O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia recebeu hoje a edição portuguesa de 2019 do Health TECH do Dia Mundial do Cancro. A iniciativa reuniu investigadores, médicos especialistas e e membros de instituições no combate ao cancro, que apresentaram as suas visões quanto à inovação relacionada com a doença.
Uma das tecnologias apresentadas foi a NBion, uma investigação realizada no Departamento de Física da Universidade do Minho e que está prestes a tornar-se numa Spin Off. Uma das investigadoras da NBion, Daniela Pereira, explicou que a investigação pretende localizar as células tumorais do cancro através de um estímulo magnético.
A investigadora começou por explicar que o grupo NBion criou “uma nanocapsula, através de injecção ultravenosa, que permite o transporte de fármacos quimioterapêuticos até ao local do tumor”, esclarecendo que a cápsula “tem nanopartículas superparamagnéticas que guiam o tumor até ao alvo”, o que permite “diminuir os efeitos secundários e libertar, através de um estímulo magnético, o fármaco na bicapa lipídica e assim ter um efeito terapêutico”.
Cancro é a segunda doença mais incidente
Outra da oradoras presentes foi Cristiana Fonseca, membro da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Na apresentação, a oradora assinalou o crescimento da inovação no combate ao cancro mas lembrou que em Portugal “é necessário informar a população” para que esta possa usufruir das mais recentes tecnologias. Cristiana Fonseca sublinhou que o cancro “é a segunda doença mais incidente”, logo atrás das doenças cardiovasculares.
“O cancro é uma doença que cada vez mais atinge todos, sem acepção de cor, sexo, ou idade, e temos de ter a noção de que nos pode atingir em qualquer momento da vida”, referiu, alertando para o “crescimento da esperança média de vida” que faz com que aumente a probabilidade de se registarem mais pessoas com cancro.
Joaquim Abreu de Oliveira, oncologista do IPO no Porto, abordou o estado atual e as necessidades da prática clínica na área da oncologia. O médico especialista sublinhou que é necessária uma comunicação mais efectiva entre investigadores e clínicos. “A minha função aqui é alertar para algumas necessidades não atendidas: às vezes há uma distância importante entre o investigador básico, que investiga novos mecanismos da administrar um fármaco, e os clínicos que tratam as pessoas”, esclareceu.
Áudio:
Investigadores, médicos e membros de instituições discutem o avanço no combate ao cancro
