INL propõe-se a mudar o modo tradicional de vindimar

O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) está a desenvolver um projecto que propõe melhorar o modo tradicional de vindimar. A investigação, sob o nome IGrape, pretende desenvolver um sistema inteligente para monitorizar, em tempo real, a maturação das uvas. Através de um sensor colocado nos cachos das uvas, o projecto, ainda em desenvolvimento, permite perceber qual o nível de maturação da uva e assim determinar o momento certo para a vindima.

O projecto do INL, inserido no programa competitivo de Investigação e Inovação da União Europeia Horizonte 2020, inclui parceiros internacionais e teve origem em contactos entre o Laboratório Ibérico e a empresa portuguesa Sogrape. O resultado final do projecto será apresentado daqui a 36 meses.

Jorge Fiens, responsável da comunicação do INL, sublinha que o sensor vai possibilitar aos produtores “escolher o momento correcto para fazer a vindima e produzir um vinho de qualidade”.

Sensor representa vantagem no mercado

Jorge Fiens assinala que o sensor a ser desenvolvido representa uma vantagem aos já existentes no mercado, visto que estes “necessitam de técnicos especializados no terreno”. Desafiado a colocar um prazo para a comercialização do produto, Jorge Fiens responde que ainda é cedo para se pensar nisso. Quanto ao custo do sensor, diz que será “incomparavelmente mais baixo do que qualquer solução” actualmente existente “que desempenha as mesmas funções”. O assessor considera que o produto poderá ser adquirido por qualquer produtor vitivinícola.

Projecto vai ajudar na exportação de um dos mais importantes produtos nacionais

Apesar de o projecto do INL partir de contactos com a empresa Sogrape, Jorge Fiens refere que o INL identificou o sector vitivinícola como objecto de inovação. 

“Portugal é um país diferenciado na exportação de vinho. Ter um vinho que se distingue pela qualidade é cada vez mais importante, por isso, o momento certo de vindimar tem reflexo na produção. É nessa área que pensamos que este projecto pode ajudar bastante”, esclarece.