Investigadores desenvolvem método para reverter Parkinson

Três investigadores da Escola de Medicina integram a equipa que desenvolveu uma metodologia baseada no secretoma de células estaminais do sistema nervoso, que, quando transplantadas em modelos animais, permitem reverter alguns efeitos da doença de Parkinson.

Comparativamente às metodologias convencionais, que recorrem a fármacos, esta terapia conseguiu melhores resultados, “salvando” 30% das células afectadas.

“Não é necessário transplantar células estaminais, utilizamos só os factores de crescimento que elas produzem, sendo possível induzir uma recuperação parcial nos tecidos afectados pela doença de Parkinson e, com isto, ter melhorias do ponto de vista funcional, ou seja, do ponto de vista motor”, explicou o investigador da UMinho António Salgado.

Para isso, os investigadores recorreram a “biorreactores que dão estímulos às células” e aumentam a eficácia da aplicação do secretoma na regeneração das células afectadas pela Doença de Parkinson”.

Além de António Salgado, Bárbara Mendes-Pinheiro e Fábio Teixeira,  da Escola de Medicina da UMinho, também integram a investigação, bem como os investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra e da Universidade de Calgary.


A investigação foi alvo de interesse por parte da revista Stem Cells Translational Medicine, que publicou os resultados.

Para António Salgado, “é bom ver o trabalho reconhecido, acaba por ser um selo de qualidade e, obviamente, uma motivação extra para continuar”.

Por enquanto, o investigador explicou que estão “a tentar combinar esta investigação com outras para tornar o sistema mais eficaz”. “Neste momento trabalhamos em modelo de animal roedor e pretendemos no futuro passar para um modelo intermédio, antes de uma potencial fase clínica, que ainda está à frente no tempo”, acrescentou António Salgado.

As terapias convencionais socorrem-se de fármacos com o objectivo de aumentar as concentrações ou tempo de vida útil de um neurotransmissor, mas não atacam a base do problema, ou seja, a morte das células que o produzem.

Já a terapia aprofundada pelos investigadores da UMinho baseada no secretoma de células estaminais permite obter melhores resultados a nível motor e celular no contexto da doença de Parkinson e ganhos de mobilidade, reativação de células neuronais e a diminuição temporal da aplicação terapêutica.

*Por Liliana Oliveira 

Áudio:

António Salgado explica a importância da investigação

Redação
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