Jogos de tabuleiro integram refugiados a viver em Braga

Chama-se ‘Integration Game’, arrancou em Outubro passado na cidade de Braga e envolve 15 migrantes refugiados. Tal como o nome indica, o que se pretende é integrar migrantes/refugiados na comunidade local, através de jogos de tabuleiro.
Pedro Fernandes é o rosto do projecto. Este membro da Erasmus Student Alumni Association (ESAA) juntou o gosto pela prática de jogos de tabuleiro a uma causa solidária.
Para o responsável, os jogos de tabueleiro são “uma ferramenta de integração social e uma ferramenta pedagógica muito forte”. Achei que seria uma ferramenta diferente, aquele aprendar sem se notar que se está a aprender”, revela o mentor. A maioria destes refugiados não fala português, e outros nem o inglês, daí que esta tenha sido a forma encontrada para “quebrar barreiras e interagir com eles”, explica.
Desde Outubro e até ao final de Novembro, Pedro Fernandes encontra-se duas a três vezes por semana com as três famílias de refugiados que vivem no concelho de Braga. Os jogos de tabuleiro são cedidos, a título de empréstimo, pela Cidade Curiosa.
Integração dos refugiados também consiste na ajuda que eles podem ser para pessoas da comunidade local
O lado solidário do projecto não se fica por aqui. Numa segunda fase, estes refugiados começam a ensinar os jogos que foram aprendendo a utentes de instituições de solidariedade social. Nesta altura, o protocolo com o Instituto Monsenhor Airosa tem levado refugiados ao contacto com crianças de famílias em risco. “Desta forma integramos os refugiados na comunidade, mas também ajudamos a comunidade de cá a ter outra perspectiva sobre os seus próprios problemas. Quando percebem que há realidades ainda muito piores do que as deles, que já são bastante más, conseguem relativizar o problema e procurar soluções de outra forma. Torna-se muito diferente”, constata Pedro Fernandes.
Projeto será alargado a instituições do Norte de Portugal
Face ao sucesso alcançado em Braga neste “projecto piloto”, os primeiros contactos com instituições do norte do país já começaram a surgir e em breve o mesmo poderá ser alargado. Pedro Fernandes assume que as novas ideias e contactos permitirão “ampliar o projecto” não só em Braga, mas também na zona norte.
