Legislativas. Direita segue psicologicamente afectada

“Os resultados das eleições europeias vão ter influência, principalmente, a nível psicológico nos partidos nacionais”. A opinião é de José Palmeira comentador político da RUM. Em entrevista à Universitária, o especialista faz uma previsão do que poderá ser o acto eleitoral previsto para o mês de Outubro, ou seja, daqui a quatro meses.
Para José Palmeira os resultados das europeias “servem de balanço” para o que será o acto eleitoral relativo às legislativas. O comentador defende que os partidos de direita arrancam “numa situação mais desfavorável” devido ao “clima negativo” dos resultados europeus. José Palmeira destaca a situação do CDS/PP que de acordo com o comentador “criou a expectativa de ombrear com o PSD pela liderança à direita”.
Outra das agravantes surge do facto de nos meses de Junho, Julho e Agosto os cidadãos “não prestam grande atenção a questões políticas”.
Partidos mais pequenos podem ganhar terreno nas legislativas.
Para o comentador da RUM partidos como o Aliança de Santana Lopes, que não conseguiram resultados expressivos nas eleições europeias, podem nas legislativas conseguir eleger “um ou mais deputados”. Isto porque “as eleições legislativas decorrem em círculos distritais”.
Para além disso, José Palmeira chama à atenção para uma possível “bipolarização entre PS e PSD” que pode acabar por favorecer os sociais-democratas. No entanto, José Palmeira prefere ser prudente e esperar por sondagens para perceber se o partido socialista se evidencia e consegue “uma maioria absoluta”. Em caso de tal cenário não ocorrer, o comentador da RUM coloca em cima da mesa duas possibilidades que podem passar por manter a actual Geringonça ou optar por um governo minoritário com o PAN.
Quanto à questão será que a abstenção vai diminuir nas eleições legislativas, o comentador da RUM confessa que acredita que sim, uma vez que as pessoas “dão mais relevância às eleições nacionais”. Porém, tal não significa que “não se volte a ter uma abstenção elevada”, defende José Palmeira. Para contrariar este fenómeno o comentador avança que seria preciso que os partidos políticos inovassem nas suas campanhas eleitorais que, até ao momento, têm sido “muito tradicionais” o que pode estar na origem do afastamento dos mais jovens.
