Luís Novais recorda a legalização da RUM

Foi há 29 anos que a RUM deixou de ser uma rádio pirata. Em 1989, o processo de legalização colocou a Rádio Universitária do Minho no patamar de muitas rádios profissionais a nível nacional. Um trabalho complexo que se arrastou no tempo e que contou com o contributo de diferentes intervenientes. Ainda assim, no ano de 1989, Luís Novais, à altura presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), foi “o rosto de uma equipa” que ajudou a percorrer esse caminho.
O antigo estudante de História, a viver no Peru há vários anos, é esta terça-feira o grande entrevistado no programa Campus Verbal, na RUM. Uma conversa onde recorda os principais momentos dessa aventura.
Norberto Moreira, Fernando Araújo, Armando Osório e Sérgio Machado dos Santos são alguns dos nomes que o antigo dirigente recorda neste processo.
Luís Novais começa por reconhecer que “não foi um processo fácil”, até porque no concelho de Braga “havia várias rádios candidatas”. Um processo que deu, por isso, “bastante trabalho” não só para estudantes. Armando Osório, na altura administrador dos Serviços de Acção Social, ajudou os estudantes na elaboração da candidatura e acabou até por ser o motorista que os transportou no dia limite até Lisboa. Luís Novais recorda que os estudantes estiveram “até à última da hora a elaborar a candidatura” que teria de ser entregue em Lisboa. “Éramos para ir de comboio, mas já não era possível (faltavam cinco horas para o encerramento) e, no último momento, ligamos ao Dr. Osório e pedimos se ele podia ir connosco. E ele foi. Lembro-me da pressa com que fomos e de algumas travagens bruscas que foi necessário fazer. Chegamos no último minuto”, recordou.
Anúncio da legalização da RUM aconteceu na primeira cerimónia do primeiro Enterro da Gata da ‘nova era universitária’
Depois da entrada do processo em Lisboa, o trabalho na tentativa de legalização da RUM continuou. Mais tarde, por altura do primeiro Enterro da Gata organizado pela Associação Académica da Universidade do Minho, Luís Novais recebia a tão aguardada notícia que viria a transmitir publicamente aos estudantes no discurso de abertura das monumentais festas do Enterro da Gata. “Quando fizémos o primeiro Enterro da Gata houve alguma polémica sobre o tema da mudança de ‘Queima das Fitas’ para ‘Enterro da Gata’, da mudança do traje, e eu recebi a notícia de que a rádio ia ser legalizada um ou dois dias antes da Serenata com que íamos começar. Pareceu-me que, tendo havido alguma divisão sobre o tema, devia começar a minha intervenção com algo que unisse os estudantes, e esse algo na altura foi a legalização da Rádio Universitária do Minho”, revelou.
Luís Novais nasceu em Braga, licenciou-se na UMinho em História e Ciências Sociais, em 1992, e foi o primeiro presidente da Associação Académica da UMinho (AAUM) a cumprir três mandatos consecutivos, entre 1988 e 1991.
Hoje, no âmbito das comemorações dos 29 anos, o antigo presidente é o convidado do programa Campus Verbal. Para ouvir logo depois do jornal das 20h00.
Áudio:
Luís Novais, presidente da AAUM entre 1988 e 1991 adianta alguns pormenores sobre a história da legalização da rádio
