Mais vendas na Noite Branca? Sim, sobretudo na restauração

A pouco mais de 24 horas do arranque oficial da Noite branca, os comerciantes de Braga acreditam que o evento pode ajudar a impulsionar a economia local, mas até ao momento o impacto não se tem sentido. São esperadas milhares de pessoas nas ruas da cidade, sobretudo à noite, movimento que favorece o sector da restauração, à imagem do que aconteceu em edições passadas.
Por estes dias andar pelas ruas de Braga é ver montras pintadas de branco, manequins com roupa branca e questões sobre a Noite Branca: “Vimos no Sábado, António? É o Sobral que vai cantar”, ouve-se. Cerca de 500 mil pessoas (estimativa da Câmara Municipal de Braga) devem passar por Braga entre os dias 31 de Agosto e 2 de Setembro. A confirmar-se, será a edição recorde no que à adesão do público diz respeito. Em 2017, pela altura da Noite Branca, terão passado por Braga cerca de 300 mil pessoas.
Preparados para receber multidões estão os comerciantes, e alguns até vão ter as portas do estabelecimento abertas até mais tarde. A Avenida Central e a Praça do Município são os epicentros. Nestas duas artérias da cidade o negócio rende, sobretudo, à restauração. Cafés, bares e restaurantes não têm mãos a medir nas três noites de evento, com esplanadas lotadas e filas que começam no balcão e que terminam no exterior do espaço.
O negócio nas lojas de vestuário é diferente, pois faz-se, principalmente, durante o dia. A procura por roupa branca cresce por estes dias e que o diga Catarina Figueiras, proprietária da Koker, que nas últimas semanas vendeu várias camisolas, calças e vestidos, “tudo branco”.
Mas a opinião de Catarina não é corroborada por todos os que fazem negócio na Avenida da Liberdade. Aqui, não se sente a festa. A venda de sapatos não melhora, não se compram mais óculos por causa da Noite branca e os livros continuam nas montras à espera que alguém os leia.
“A Noite Branca não chega aqui, mas traz sempre gente à cidade, mais não seja para os meus colegas da restauração. Neste tipo de comércio [vestuário e calçado] as coisas não melhoram. Não notamos isso com este tipo de eventos. Acho que isto é bom, mas é para a restauração”, explica a proprietária da Sapataria Bagatt, Margarida Gomes.
Levar a Noite Branca para ruas adjacentes não é, para já, opção. Novidades para este ano só mesmo a preocupação com o meio ambiente. A organização quer reduzir a utilização de plásticos e optou por distribuir copos reutilizáveis. Ainda assim a medida será apenas obrigatória nos contentores que forem alvo de hasta pública, mas a Associação Comercial de Braga (ACB) acredita que nenhum proprietário vai colocar entraves à utilização de copos reutilizáveis.
Em ano de ensaio, o director-geral da ACB, Rui Marques, refere que a edição de 2018 é como que “um teste”, uma forma de fazer com que os empresários da restauração se habituem à ideia e que “comecem a utilizar esse tipo de copos nas suas festas”.
Mais de meio milhão de pessoas são esperadas na cidade de Braga para a Noite Branca que conta com mais de 90 iniciativas, num total de 48 horas de música, arte e cultura, de sexta-feira, 31 de Agosto, até à noite de domingo, dia 2 de Setembro. Todos os espectáculos têm entrada gratuita.
Áudio:
A opinião de alguns comerciantes
