Manifestação. Professores dizem estar “sem voz”

Pela segunda vez esta semana em Braga, os professores reuniram-se para dar manifestar as suas reivindicações que englobam o direito à progressão na carreira, reposição do tempo de serviço, renovação dos quadros, entre outras. De faixas pretas na boca, os docentes apresentaram-se com o slogan “Professores sem voz” pois consideram que o Ministério não conhece a sua realidade e não os está a representar.
Manuela Almeida é professora há 21 anos, está colocada a 300 quilómetros de casa e, por isso, deixa duras críticas ao Governo afirmando que o Primeiro-Ministro tem de falar sobre a situação dos professores portugueses. “Hoje os professores do quadro estão a ter a vida de todos os colegas contratados, uma vida instável, a centenas de quilómetros da família, sem subsídios e com duas casas para pagar. Só há uma diferença o salário ao final do mês, mas esse é gasto em tudo isto”.
Alexandra Barroso é outro exemplo de descontentamento, natural de Trás-os-Montes, lecciona em Braga, cidade que diz “ter no coração”. Docente há 20 anos, sem nunca faltar às suas obrigações para com os alunos, viu o seu direito no que toca a progredir na carreira ser “ceifado” quando outros colegas com menos anos já se encontram no segundo escalão. A esse aspecto acrescenta o facto de “ter o mesmo ordenado, praticamente, de quando era estagiária”.
Para o dia 10, terça-feira, está agendada uma vigília, na Arcada em Braga, às 18h30. Os professores da cidade dos arcebispos vão marcar presença, na quarta-feira, em Lisboa, no dia das negociações entre o Ministério da Educação e os professores.
Áudio:
Declarações dos professores que protestam por mais respeito à sua profissão.
