Manuel José de Oliveira homenageado em Braga

Até ao dia 28 de Setembro está disponível na Biblioteca Pública de Braga e no Arquivo Distrital de Braga, uma exposição sobre Manuel José de Oliveira. Uma forma de ambas as instituições homenagearem o centenário da morte daquele que “foi um homem de cultura”, como defendeu o director da Biblioteca Pública de Braga, Elísio Araújo.

Manuel José de Oliveira nasceu em Marrancos, Vila Verde, no ano de 1877, foi um médico de renome em Ponte de Lima, instalou a primeira Câmara naquele concelho após a queda da monarquia e foi ainda deputado na Assembleia Constituinte em 1911, senador e governador civil do Porto. Dedicou-se à historiografia local e deixou manuscritos que recolheu e uma volumosa biblioteca particular, que inclui também o arquivo que lhe foi doado pela família de António de Araújo e Azevedo, primeiro Conde da Barca e embaixador no Brasil, marcante no estudo da relação entre Portugal e a América Latina. Este acervo está desde 1929 à guarda do Arquivo Distrital de Braga e da Biblioteca Pública de Braga, chegando agora ao público nesta exposição.

À RUM, o director Elísio Araújo explicou que as peças da exposição foram divididas entre as duas instituições sendo que “a parte manuscrita ficou no Arquivo Distrital e a restante, que se encontra impressa, fica na Biblioteca Pública”.

Um dos exemplos é o livro “De proprietatibus rerum” (precursor da enciclopédia), um compêndio médico português seiscentista, cartas das missões da Companhia de Jesus no este africano, manuscritos hindus, obras sobre a ligação política de Portugal com vários países, gravuras de época sobre Napoleão Bonaparte, entre outras dezenas de contributos literários, científicos, culturais e raridades compiladas por Manuel José de Oliveira.

Elísio Araújo sublinha que esta obra “riquíssima” é também uma forma das duas instituições se mostrarem aos bracarenses. “É importante mostrar que existimos com peças e fundos documentais extraordinariamente valiosos do ponto de vista histórico e do seu valor patrimonial”, sustentou. A entrada nos espaços é gratuita.