ME cria 100 bolsas para jovens de etnia cigana

O Ministério da Educação, a partir de um estudo realizado no ano passado, conseguiu perceber que “apenas 10% da população entre os 14 e os 18 anos frequenta o ensino secundário”. Dados que apontam para um défice elevado de jovens que abandona, de forma precoce, o percurso escolar, reconheceu a governante.  

No país existem apenas 32 estudantes de etnia cigana a frequentar o Ensino Superior. Para a Secretária de Estado, estes jovens “transportam uma missão muito importante”, uma vez que “são líderes de uma transformação social nas suas próprias comunidades”, demonstrando que é possível prosseguir os estudos e não estar desligado das tradições.

A informação foi avançada esta manhã pela Secretária de Estado da Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, na sessão de abertura do Seminário Internacional sobre a população cigana que está a decorrer no Instituto de Educação da Universidade do Minho.

Esta decisão de criar 100 bolsas de estudo para incentivar os jovens ciganos a continuar os estudos no ensino secundário, faz parte da nova Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas. A secretária de Estado revela que o Ministério da Educação, a partir de um estudo realizado no ano passado, conseguiu perceber que “apenas 10% da população entre os 14 e os 18 anos frequenta o ensino secundário”. Dados que apontam para um défice elevado de jovens que abandona, de forma precoce, o percurso escolar.  

Em Portugal, neste momento  existem 32 estudantes de etnia cigana a frequentar o ensino superior. Para a Secretária de Estado estes jovens “transportam uma missão muito importante pois são líderes de uma transformação social nas suas próprias comunidades”, ou seja, demonstram que é possível prosseguir os estudos e não estar desligado das tradições.

Rosa Monteiro sublinha que é de extrema importância acompanhar os processos e percursos deste jovens e adultos romma. De acordo com a Secretária de Estado este trabalho já está a ser feito pela Agência Nacional para a Qualidade e o Ensino Profissional (ANQEP). Uma grande aposta para conseguir diminuir os níveis de alfabetismo e iliteracia especialmente nas mulheres.

Durante a sessão de abertura do Seminário Internacional “Empoderando a população cigana através da produção de conhecimento”, a Secretária de Estado agradeceu aos Municípios o esforço em implementar políticas locais de inclusão. Rosa Monteiro destacou o projecto “Escolhas”, da Cruz Vermelha Portuguesa de Braga, que tem vindo a desconstruir preconceitos e estereótipos. 

Medidas complementares a implementar

A Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, tem como bandeira para os próximos anos monitorizar as situações de escolas e turmas que contêm apenas alunos ciganos.  Outra das grandes apostas da tutela passa por integrar mediadores de etnia cigana para conseguir dar “respostas mais eficazes”. Serão criadas “equipas de mediação intercultural com profissionais também eles romma”, que já foram notificados, anunciou.

O projecto de escolas mais interculturais vai ser trabalhado, através de formações, com mais de 800 docentes em instituições de ensino de todo o país. Esta iniciativa está a ser financiada pela secretaria de estado da cidadania e igualdade.