Mel: um néctar chamado arte que alimenta um Agosto esfomeado

Na 1ª edição, o “Mel, Piquenique das Artes” dedica-se à voz que, através da música, será a atracção dos quatro dias de festival. No Parque da Devesa, em Vila Nova de Famalicão, mais de 20 iniciativas multiculturais decorrem entre os dias 3 e 6 de Agosto. Despertar consciências com recurso à música, teatro, dança e literatura é o objectivo da organização, que está a cargo da Associação Elogio Vadio.
O nome “Mel” surge da ideia de cooperação colectiva e entreajuda, quando comparada com o trabalho em equipa das abelhas durante o processo de extracção do néctar. O objectivo é esse: Criar uma simbiose entre os famalicenses num momento de deleite e aprendizagem.
Com as famílias como público-alvo, a ideia é de reunião e partilha entre pares, com espaços dedicados a tertúlias, onde serão discutidos temas como arte e ambiente.
O tema da 1ª edição é “a voz”, entendida enquanto forma de expressão artística e como meio de participação activa na sociedade. Os quatro dias de festival fazem-se ao som de Budda Power Blues, Bed Legs, Fogo Fogo e os argentinos, Lucas Caballero & Florencia Paz, mas também há espaço para a apresentação das peças teatrais “Bzzzoira Moira” e “Eu é que conto”.
Lembrar que em Agosto também há vida em Famalicão
A forte vertente de formação cívica que a organização do “Mel” diz querer evidenciar durante o festival, leva Paulo Cunha, autarca local, a apelidar a iniciativa de “virtuosa”. “A programação olha para temas muito interessantes e actuais [ecologia e cidadania], mas que nem sempre estão presentes no subconsciente de cada um de nós”.
Durante a conferência de apresentação, o presidente do executivo famalicense não escondeu o contentamento em acolher mais uma iniciativa cultural. A proposta foi “acolhida com bom grado pela Câmara de Vila Nova de Famalicão desde o primeiro momento”. A junção de arte com bem-estar num espaço idílico como o Parque da Devesa, que “tem um verde contagiante e zonas frescas”, é o cenário perfeito num parque “pronto a servir a comunidade”.
Em Agosto, “concorrer com a praia” é tarefa complicada para o executivo de Paulo Cunha. A cidade fica despida. Ainda assim, o “Mel” é um projecto que vem contribuir para que os “famalicenses passem o mês de Agosto em Famalicão”.
São 31 dias serenos à espera de Setembro. Pela altura de Agosto, Famalicão faz-se de famalicenses emigrados que passam para recordar. Um pouco por todas as áreas, a cidade ressente-se da falta de opções que prendam os veraneantes por terras famalicenses. Paulo Cunha revela que há “cada vez mais iniciativas” para as gentes locais, num mês em que é complicado fazer de Famalicão um ponto de referência.
