“Meu amor, Doi!”: quando a violência de género sobe ao palco

São 8 vidas, 8 personagens e 8 testemunhos de violência de género baseados em relatos reais. É assim que se define a peça “Meu amor, Doi!”, que sobe esta sexta-feira à noite ao palco Centro Cultural Vila Flor (CCVF). Nascido na edição de 2013 do Orçamento Participativo de Guimarães, o projecto “TABU” teve continuidade, desde então, por aposta da autarquia vimaranense. Depois de percorrer várias freguesias do concelho de Guimarães, a peça apresenta-se hoje pelas 21:30, no Pequeno Auditório do CCVF.


“A ideia seria abordar a temática da violência de género de uma forma directa. Usamos as peças de teatro como veículo para chegar às pessoas. Desta forma, não há excluídos, já que nem toda a gente sabe ler ou tem acesso à internet”, começou por explicar a encenadora, Marcela Fernandes, à RUM. A peça “Meu amor, Doi!” é retratada de uma forma que “acaba por ser terapêutica”, “já que todo o guião é elaborado com relatos reais”, explicou.


A peça está “em constante mutação”, sempre com diferentes histórias e relatos. Inicialmente, algumas pessoas foram abordadas, outras, que já tinham o seu caso resolvido e quiseram passar a mensagem, foram sugeridas em instituições.  Ainda assim, esta é uma peça que conta sempre com relatos diferentes e actores distintos. “Podemos ver a peça “Meu amor, Doi” com uma série de monólogos. Noutra peça, já podemos ver outros monólogos. Esta em constante mutação: a mesma peça, diferentes histórias”, explicou Marcela Fernandes.


Além disso, de acordo com Marcela Fernandes, as pessoas que concedem o relato, normalmente, vão à peça ver a sua história ser interpertada em palco, em anonimato.

Quanto à escolha da temática, a encenadora acredita que este é um tema “que necessita de ser trabalhado de uma forma mais directa”. “Há coisas mínimas que acontecem na porta ao lado e acabamos por as tornar normais”, lamentou.


“Penso que a violência de género não é trabalhada em todos os campos que deveria ser. Falamos muito de violência doméstica, no feminino, mas nunca ouvimos falar de violencia numa relação homossexual ou violência onde a mulher é a agressora. Esse tipo de tabus que formos criando precisam de ser desmistificados, para percebermos que a violência não começa nem acaba com a mulher como vítima”, lembrou.

A entrada é livre, mas está sujeita a aquisição de bilhete.

Mafalda Oliveira
Mafalda Oliveira

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