Ministro pede “reforma das florestas” geracional
O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos afirmou esta quinta-feira que a reforma das florestas, recentemente aprovada, é uma acção nacional “de grande fôlego”, sublinhando que esta é uma reforma que “não é apenas deste governo, é de uma geração” e que vai perdurar durante muitos anos no país. “Se há matéria que justifica um amplo consenso nacional é a reforma da nossa floresta”, afirmou o ministro que lembrou que Portugal foi o único país da União Europeia que perdeu a sua área de floresta – 150 mil hectares perdidos. “Temos que parar este processo”, exclamou.
À margem de uma visita à AGRO- Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, Capoulas Santos disse que a floresta nacional “não está aproveitada, está sujeito a doenças e a incêndios, que cada vez destroem mais este património”.
Recorde-se que na terça-feira, no Palácio de Monserrate, em Sintra, o governo aprovou um pacote de alterações às propostas legislativas para a reforma da floresta, divulgadas no final de outubro numa reunião na Lousã.
O pacote legislativo inclui medidas como a criação de centrais de biomassa e do banco de terras, que integrará “todo o património rústico sem dono conhecido, que vier a ser identificado”.
“Agricultura é jóia da coroa portuguesa” e ministro quer reduzir balança comercial
No discurso de abertura da AGRO, o ministro da Agricultura fez questão de voltar a referir-se à agricultura como “a jóia da coroa portuguesa”. “A agricultura está a crescer a um ritmo superior em relação ao resto da economia, mantém crescimento sustentado nas exportações e só este ano abrimos 20 novos mercados e temos em negociação a tentativa de abertura para 55 novos mercados para 150 novos produtos, quer sejam de origem animal ou vegetal”, lembrou o ministro.
Capoulas Santos referiu-se ainda ao peso do sector agrícola na economia nacional como sendo “menor do que era há uns anos”, mas lembrou que isso se deve ao crescimento dos outros sectores, até porque, sublinhou, “a agricultura tem tido desempenho notável quer na substituição de importações, quer aumento de exportações, quer no auto-aprovisionamento do país”. Sobre a balança comercial no sector, Capoulas Santos lembrou que “o objectivo é, em cinco anos, o valor das importações ser igual ao valor das exportações no sector agro-alimentar”.
“O desequilíbrio, hoje em dia, ronda os 2700 milhões de euros e o objectivo é reduzir 600 a 700 milhões por ano, nos próximos cinco anos. Um objectivo alcançável”, considerou.
Agricultores locais levaram preocupações ao ministro
Várias organizações agrícolas do Minho estiveram esta quinta-feira reunidas com o Ministro da Agricultura, florestas e desenvolvimento rural. Uma reunião onde foram abordados alguns temas que preocupam as associações locais.
Luís Capoulas Santos, em declarações aos jornalistas, abordou aquelas que foram as preocupações dos agricultores e produtores locais: “Falamos sobre floresta, pecuária, passando por temas como o vinho e leite. São sectores que têm sectores comuns e específicos e procuramos, no quadro das regras que estão disponíveis e do contexto orçamental em que vivemos, encontrar as melhores soluções para resolver alguns problemas”, explicou o governante. Capoulas Santos admitiu que “a modernização das explorações leiteiras, continuação do investimento no sector do vinho e a discussão em torno da reforma das florestas”, foram alguns dos assuntos especificados neste encontro de trabalho.
A 50ª AGRO, Feira internacional de agricultura, pecuária e alimentação, reúne 250 expositores, espalhados pelo interior e exterior do edifício. Este ano, na principal zona da feira, a grande nave, estarão presentes alguns projectos de jovens empreendedores, ganhando este ano um outro destaque no certame.
A AGRO conta ainda com mais de 20 expositores estrangeiros que chegam sobretudo da vizinha Espanha.
Uma das maiores feiras do sector no país e a maior da região decorre até domingo no Parque de Exposições de Braga.
