Mobilidade urbana com “quase tudo por fazer” em Braga

O Bloco de Esquerda (BE) diz que “está quase tudo por fazer em Braga” no que respeita à mobilidade urbana.
Esta é um das conclusões de uma delegação do BE, da qual fez parte a candidata ao município bracarense, Paula Nogueira, que se deslocou esta quinta-feira à cidade galega e capital da Província de Pontevedra para recolher contributos acerca desta temática. Esta é, para os bloquistas, uma cidade que consideram ser uma “boa referência” no que toca às práticas implementadas. Paula Nogueira, em declarações à RUM, referiu que “Pontevedra é um caso de estudo a nível europeu e já foi premiada pela ONU pelas suas boas práticas”. A dirigente bloquista destacou que “em 15 anos, Pontevedra tornou-se uma cidade mais inclusiva, democrática e onde as crianças ocupam o espaço público de uma forma deslumbrante”. Para justificar esta avaliação, Pontevedra “alterou radicalmente a sua mobilidade e inverteu as prioridades, colocando em primeiro lugar as pessoas, em segundo as bicicletas, em terceiro os transportes públicos e só no último lugar o automóvel”.
Uma situação que, para Paula Nogueira, seria possível enquadrar com a cidade de Braga. “O que Pontevedra nos ensina é que é possível fazê-lo e sem desculpas. O que vimos foi uma cidade plana, que reduziu as barreiras arquitectónicas e, sobretudo, com uma quantidade imensa de pessoas na rua”, destacou.
“Os idosos e as pessoas com problemas de mobilidade deixaram de estar isoladas em casa e houve reduções drásticas de monóxido de carbono e a retirada de 28 mil viaturas por dia”, adiantou a dirigente bloquista que afirmou que, em Pontevedra, “a bicicleta convive com as crianças” e onde “as pessoas com mobilidade reduzida estão no espaço público”.
A candidata bloquista frisou o factor de inclusão que está inerente ao plano de mobilidade aplicado na cidade da Galiza, revelando que a “revolução da mobilidade trouxe uma revolução no diálogo com a infância, produziu uma maior democratização do espaço público, um ambiente urbano mais saudável e convivial e onde os laços de sociabilidade foram reforçados”. “Isto é o oposto daquilo que temos em Braga”, considerou a candidata que se deslocou à Galiza naquele que foi o primeiro dia do congresso do Eixo Atlântico que se realiza em Braga. “Preferimos ir a Pontevedra a estarmos enfiados numa sala com senhores engravatados do Eixo Atlântico que vão discutir coisas importantes, mas que não vão discutir olhos nos olhos e que não viram no terreno as soluções que interessam e que melhoram a qualidade de vida das cidades tornando-as mais inclusivas e humanizadas”.
Paula Nogueira explicou que esta visita está em linha com a postura do Bloco de Esquerda que é de “disponibilidade para aprender, ao contrário de outros partidos que apenas estão disponíveis para ensinar”.
Para além da candidata autárquica em Braga, estiveram presentes Vladimir Brito o candidato do BE em Guimarães e José Luís Araújo, candidato em Famalicão.
O Bloco de Esquerda assume que algumas das boas práticas vão fazer parte do programa autárquico para as eleições de 1 de Outubro.
