“Município está no passado”, avisa coligação JpG

Hoje, em reunião de executivo em Guimarães, o vereador sem pelouro da coligação Juntos por Guimarães, Bruno Fernandes, acusou o município de estar “no passado”. Em causa a ideia da oposição vimaranense da aparente inércia do executivo liderado por Domingos Bragança em apoiar o sector agrícola.

O vereador censurou o município de “falta de estratégia” e deu como exemplo a incubadora Base Rural, descrita oficialmente como “um serviço de apoio ao nascimento e crescimento de empresas dedicado a iniciativas de base rural”. Bruno Fernandes garantiu que, através do contacto próximo com os abrangidos pela medida, o resultado “não é, de todo, animador”.

“No nosso entendimento, a Base Rural não tem conseguido atingir os objectivos propostos, o que revela falta de estratégia”, atirou. O vereador ressalvou que Guimarães devia ter uma participação mais activa no sector agrícola e deu como nota a possível aquisição de terrenos pela autarquia, prática comum, assegurou, nos concelhos vizinhos.

“Vamos ver os munícipios à nossa volta: estão todos a fazer o contrário [do que Guimarães]. Hoje a concorrência entre concelhos é brutal e, portanto, ficar naquela ideia passada de que a câmara apenas tem que fazer aquilo que está nas suas competências estritas é, para nós, um erro tremendo”, apontou.

Na resposta, o presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, desmentiu a ideia de Bruno Fernandes quanto à incubadora: “a Base Rural tem alterado o conceito cultural do empreendedor agrícola, fazendo com que seja bom, de estatuto elevado, a dedicação à agricultura”, referiu. O autarca notou também que todos os projectos “são de consciência ecológica”.

Quanto à possibilidade de o município adquirir terrenos para os agricultores, Domingos Bragança revelou que tem previsto a compra de um lote de 10 hectares, na Quinta de Minotes, mas salvaguardou que há condicionantes sociais e ecológicas para quem o utilizar.

“É a agricultura ecológica, e a quem realmente precisa, que o município quer promover. Agora para dar terrenos a tudo e a todos não contem connosco. Praticamos a equidade e a justiça e acudimos as pessoas mais necessitadas”, concluiu.