Na ACE Famalicão, a formação artística deixa de ser ficção

Em 2017, o Ministério da Educação (ME) reconhecia a Escola de Artes de Famalicão (ACE) com o estatuto de pólo. Na altura era também anunciado o lançamento de um projecto-piloto para crianças do 1º e 2º ciclo do ensino básico, que arrancou na Escola Básica de Pedôme. Para a ACE o projecto foi um sucesso e agora cabe ao ME decidir se pode ou não ser alargado a mais dez localidades do país.

O curso básico era visto pela direcção como um passo essencial para o futuro do artista: aperfeiçoamento da expressão artística do aluno, podendo prosseguir estudos ao nível profissional. Ontem, em Famalicão, a ACE anunciou o lançamento da primeira formação de nível IV no norte de Portugal em técnicas de interpretação e de animação circense, que dá equivalência ao 12.º ano de escolaridade. A formação artística, aprovada pelo ME, tem início previsto para o próximo ano lectivo. A componente prática esta a cargo do INAC, enquanto que as aulas teóricas são asseguradas pela ACE.

O projecto funde Teatro Didascália, ACE e Instituto Nacional de Artes do Circo (INAC), três agentes do concelho que têm procurado promover a cultura em Famalicão. O presidente da autarquia, Paulo Cunha vê com agrado a sinergia entre as três entidades. “É bom ver que os agentes culturais do concelho perceberam que têm mais em ganhar ao trabalharem juntos. Famalicão tem a ambição de criar mais e melhores agentes culturais”, revela. Para Paulo Cunha, não é só para a arte e para Famalicão que o projecto traz vantagens, pois também “foi dado um passo importante no ensino profissional artístico”.

O projecto educativo coloca Famalicão no mesmo patamar de Lisboa no que às artes diz respeito. Até ao momento, apenas a capital tinha formação de nível IV em técnicas de interpretação e de animação circense. Com a chegada do curso à ACE “é possível evitar o percurso normal dos artistas”: mudarem-se de malas e bagagens para Lisboa para poderem estudar.

Talvez a escassez de opções para quem procura fazer formação em interpretação esteja na base da “grande procura” que a ACE tem vindo a registar. O curso ainda não arrancou, mas já desperta o interesse de jovens de todo o país e também do Brasil. “Já houve quem mostrasse interesse em integrar o curso. O facto de termos professores que são profissionais no activo ajuda a elevar a reputação deste projecto”, destaca a directora do pólo da ACE Famalicão. Prova disso é o actor António Capelo a quem cabe dirigir a formação artística. Para o artista, a principal ideia desta formação profissional é que “seja possível formar novos actores, que possam enriquecer a representação em Portugal”.


Paulo Costa
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