“Ninguém abate árvores porque gosta”

“Ninguém abate árvores porque gosta”. Esta é a primeira resposta do vereador do Ambiente aos críticos pelo abate de árvores na cidade de Braga.
Ao longo dos anos foram muitos os casos em que a sociedade civil se revoltou com o abate de árvores. A autarquia avisa que não se decide um abate “só porque sim” e esclarece que o parque arbóreo de Braga está “muito envelhecido”.
Esta semana o município anunciou ter solicitado à UTAD uma equipa para acompanhar e fazer uma segunda avaliação das árvores sinalizadas para abate pelos serviços técnicos do município (perto de duzentas) só na zona urbana, mas o vereador do Ambiente esclarece que tem plena confiança na equipa municipal.
Em entrevista ao programa Campus Verbal, Altino Bessa não deu um número certo de árvores abatidas nos últimos anos, mas vincou que todas as que são abatidas são substituídas com novas plantações, por vezes noutros locais, dando nota de que nesta altura existam cerca de 33 mil árvores no concelho.
“Estou um bocadinho farto do discurso”
Altino Bessa confessa estar “um bocadinho farto do discurso em relação às árvores” e que “de um momento para o outro todos passaram a ser entendidos em árvores”. O responsável vai mais longe e diz não ter dúvidas de que alguns dos críticos sistemáticos nas redes sociais fazem-no “por questões políticas” com a intenção de o atingir directamente, o que na sua óptica só acontece fruto do trabalho que tem desenvolvido.
“Nunca foi deitada uma árvore abaixo que, ou não estivesse em risco de queda, ou em local inadequado, ou não estivesse a causar danos em bens públicos ou privados”, vinca Altino Bessa.
“Nós queremos mais árvores, não queremos deitar árvores abaixo porque sim”
O vereador do Ambiente prossegue nos lamentos aos comentários daqueles que criticam a Câmara Municipal de Braga por proceder ao abate de árvores. “Como se os técnicos tivessem algum interesse em abater árvores. Isso é uma coisa completamente louca, não há argumento nenhum para a CMB ou os técnicos quererem deitar árvores abaixo porque lhes dá gozo. Nós queremos mais árvores, não queremos deitar árvores abaixo porque sim”, responde.
O vereador referiu-se ainda à retirada de doze árvores para a reorganização da publicidade na cidade de Braga, explicando que foram as únicas árvores retiradas com esse fim, contrariamente ao que alguns vão dizendo nas redes sociais, acusando-os de mentir ou fazer interpretações erradas. “Não podíamos estar permanentemente com pedidos para colocação de painéis neste ou naquele local. Decidimos fazer uma reformulação, ela foi anunciada e transparente, mas as pessoas esquecem-se”, lamenta. Altino Bessa deu exemplos, como os painéis que estavam a tapar a vista para a cidade depois das bombas da BP junto ao Picoto, de onde foram retirados quatro painéis, ou o caso da “fortaleza” junto ao clube de caçadores onde estavam outros painéis e que foram entretanto retirados, assegurando também que neste momento “não há empresas em Braga que não paguem para a colocação de publicidade, contrariamente ao que acontecia no passado.
CMB pediu apoio de equipa da UTAD depois de reunião com a ASPA
A Câmara Municipal de Braga vai contar com o contributo de uma equipa especializada da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para avaliar 250 casos de árvores identificadas pelos serviços para abate. Os casos são todos referentes a freguesias urbanas.
A decisão foi tomada depois de uma reunião com a ASPA, ainda que Altino Bessa mantenha total confiança no trabalho desenvolvido pelos serviços do município, dando até nota de que os fortes ventos que se fizeram sentir de segunda para terça-feira deitaram abaixo duas dessas árvores identificadas como estando em risco na Rodovia.
A nossa cidade tem dezenas de milhares de árvores
“Há árvores que vão caindo e causando danos e já até causaram uma morte. Não há nada pior do que um constrangimento deste género. Pedi aos serviços para identificarem árvores que possam ser abatidas. Temos árvores com dezenas de anos que foram mutiladas com podas, que estão a rebentar passeios e que estão instáveis”, esclarece Altino Bessa. Depois do anúncio de que seriam abatidas, a ASPA pediu para ser recebida levando o município a solicitar uma nova avaliação à UTAD. “Pedi para que fosse feita essa contratação à UTAD para termos uma segunda validação por causa desse tipo de comentários e daqueles que não querem acreditar nos serviços da câmara”, acrescentou.
A entrevista pode agora ser ouvida em podcast em rum.pt
Áudio:
“De um momento para o outro todos passaram a ser entendidos em árvores” diz Altino Bessa
