Nuno Sá: “As escolas devem discutir a igualdade de género”

O Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado, na freguesia de Joane, em Famalicão, foi palco de mais uma sessão do Parlamento dos Jovens, onde entre outros temas, discutiu-se a “Igualdade de Género” em Portugal. Para explicar aos cerca de 50 alunos presentes como funciona a Assembleia da República (AR) e também como são discutidos determinados temas em contexto político, o deputado do Partido Socialista na AR, Nuno Sá foi o principal orador de uma “palestra importante para os alunos, mas cada vez mais significativa para o parlamento”. “As escolas devem discutir a igualdade de género. Este tipo de iniciativas muitas vezes não acontece, mas é importante para uma cidadania mais participativa”, considera.

Depois de recuperado de uma cirurgia que o afastou das lides políticas durante alguns meses, Nuno Sá diz-se apto para retomar a preocupação com o rumo do país. O socialista considera que a presença em mais uma sessão do Parlamento dos Jovens é um aspecto fundamental para que estes percebam, “cedo, a importância da igualdade de género nos diferentes sectores da sociedade”.  À RUM, o deputado lembra que o PS foi, desde o primeiro momento, “o partido que se preocupou com a questão da igualdade de género” e que “muito tem feito nesse sentido”. Depois de incutidas essas igualdades “dentro da nossa casa, votamos a lei da paridade para que todos os órgãos políticos tenham 33% de representatividade de um dos sexos”. Para o futuro próximo, ao nível da legislação laboral, o PS vai começar a discutir a conciliação da vida profissional e familiar”, situação que Nuno Sá acredita ser mais complicada para o sexo feminino. No caso particular de Famalicão, chama a atenção para os “muitos casos de violência doméstica que estão por resolver” e, sobretudo, para os “problemas de jovens e crianças em risco”.

A iniciativa é promovida no Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado há cerca de 20 anos, mas a presença de deputados nestas sessões nunca foi regular. Irene Amorim é a docente responsável pelo projecto neste estabelecimento de ensino e quem incentiva os alunos a formarem uma espécie de Parlamento, com direito a listas candidatas e plenários. Para a professora, a iniciativa têm sido um sucesso e a presença de um deputado da Assembleia da República faz com que os alunos tenham ainda mais interesse. Mas a presença de figuras do quadrante político nunca foi regular, até porque no ano passado, “devido à morte de Mário Soares, não conseguimos fazer com que alguém viesse cá”. Dar continuidade ao projecto “é um objectivo”, muito pela motivação dos alunos “que, curiosamente, é cada vez mais significativa”.