O que diz a oposição do 1º ano do segundo mandato de Rio?

No dia em que se completa um ano desde a reeleição de Ricardo Rio como presidente da Câmara Municipal de Braga, a RUM foi ouvir o que têm a dizer os partidos da oposição com assento no executivo municipal. PS e CDU assumem que a coligação Juntos por Braga procurou realizar as primeiras inaugurações, depois de quatro anos “sem obra”, perspectivando-se, por isso, um mandato com mais obras.

“Antigo PEB vai de servir de âncora à coligação Juntos por Braga” – Artur Feio, Partido Socialista


Para Artur Feio, adivinha-se um mandato com várias inaugurações, depois de quatro anos em que Ricardo Rio “fez pouca obra”. Os socialistas consideram que a inauguração do antigo PEB e do Parque da Rodovia servirão de bandeira da coligação para afastar a marca que ficou do primeiro mandato.

O também presidente da concelhia do PS volta a criticar o dinheiro gasto nas actividades mais lúdicas, apesar de Ricardo Rio estar constantemente a alegar dificuldades financeiras do município devido aos erros de gestão socialista, no passado. “Criticamos alguns momentos de festarola, os dinheiros que se gastam nas Malafaias e nas actividades mais lúdicas da cidade, onde se despeja dinheiro, como aconteceu agora com a Feira das Freguesias”, aponta.

Os socialistas afirmam que “a maior arma de Ricardo Rio é o marketing político” e reconhecem que em 37 anos de gestão “há coisas mal feitas”, mas que o PS “deixou uma marca”. Artur Feio vai mais longe e lamenta que Ricardo Rio venha apresentar “histórias de um passado obscuro” quando os bracarenses vêem o actual presidente a fazer “aquilo que tantas vezes criticou” em Mesquita Machado.


Numa análise ao trabalho do executivo que Ricardo Rio lidera, os socialistas denotam algum afastamento entre o presidente e os seus vereadores, aparecendo sistematicamente nas conferências de imprensa e apresentações e transparecendo pouca confiança na sua equipa. “Ricardo Rio é um presidente muito só nas tomadas de posição e pouco solidário. A máscara de frescura tem caído à medida que o tempo vai passando”, diz Artur Feio. Os socialistas criticam a distribuição de pelouros de Ricardo Rio, considerando-a “uma confusão” e acusam-no ainda de acabar com o gabinete de apoio às freguesias, elemento que era valorizado pelos presidentes de junta. Os vereadores socialistas defendem também que o presidente do município de Braga “não tem sabido gerir a máquina de 100 milhões de euros da CMB” classificando-o como “um gestor de formação mas sem experiência prática”.

“Há muito pouco de novo neste primeiro ano de mandato” – Carlos Almeida, vereador da CDU

Um primeiro ano marcado pela concretização de alguns projectos que vinham do mandato anterior, com destaque para a conclusão do actual FORUM Braga e para o complexo desportivo da Rodovia. Carlos Almeida afirma que “é cedo para tirar conclusões do investimento” no FORUM Braga e lamenta a “tendência de elitização do espaço”, acusando a CMB e a InvestBraga de “empurrar os feirantes para um espaço sem dignidade”.

O vereador da CDU elogia a recuperação da fiscalização do estacionamento para a Polícia Municipal, mas avisa que a mesma se traduziu “num caos absoluto” tendo em conta que a Polícia Municipal tem falta de meios. “Qualquer bracarense vê que desde que a CMB recuperou a competência o estacionamento tem tido lacunas evidentes”, aponta, exigindo “medidas sérias” para solucionar o problema.

No entanto, Carlos Almeida considera que o primeiro ano do segundo mandato trouxe “muito pouco de novo”, salientando a “manutenção infeliz da política fiscal ao arrepio das promessas iniciais de Ricardo Rio quando foi eleito pela primeira vez”. O atraso nas obras do mercado municipal é outro “aspecto bastante negativo”.

Nas políticas de Educação, o vereador da CDU enumera “duas novidades que não são propriamente boas: o fornecimento de refeições escolares e a prestação de serviço das Actividades de Enriquecimento Curricular”.

Quanto à cultura, património, e ambiente, Carlos Almeida afirma que passou mais um ano “em que pouco ou nada se viu de novo”, referindo-se ao processo das Sete Fontes, em que a CMB tem como estratégia “empurrar com a barriga” a concretização de um projecto consensual na cidade. Sobre a Confiança, o executivo de Ricardo Rio é acusado de “traição” depois de um consenso difícil de conseguir e que agora é “deitado por terra em troca de uns milhões para satisfazer necessidades, provavelmente menos importantes do que esta”.

O vereador da CDU recorda ainda a anunciada “liquidação da SGEB” no ano passado, apontada como “uma grande vitória” por parte de Ricardo Rio e Rui Morais e que poupava à câmara largos milhões de euros. “Chegados aqui, não há poupança nenhuma, ainda, pelo menos, não há liquidação da SGEB e assistimos à Câmara a continuar a legitimar esta sociedade porque continua a celebrar contratos de arrendamento dos equipamentos desportivos, exactamente nos mesmos moldes como acontecia no passado”, avisa.


Áudio:

Artur Feio e Carlos Almeida abordam primeiro ano do segundo mandato de Ricardo Rio como presidente da CMB

Elsa Moura
Elsa Moura

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