Obras no Municipal de Braga vão avançar em breve

Vão avançar as obras no Estádio Municipal de Braga. Autarquia e clube sentaram-se, esta terça-feira, à mesma mesa para discutir que intervenções vão ser feitas na infra-estrutura desportiva e nas suas imediações.
Novos elevadores e um acesso pedonal dedicado são os projectos prioritários e que foram apresentados por António Salvador ao edil municipal, Ricardo Rio.
O líder do Sporting Clube de Braga garantiu aos jornalistas que o executivo municipal “recebeu bem as propostas levadas pelo clube”.
Recorde-se que clube e Souto Moura, o arquitecto responsável pela obra, reuniram-se na semana passada para que o clube desse conta das intervenções que pretendia fazer. Face ao impasse entre município (proprietário do estádio) e o arquitecto – Souto Moura reclama cerca de três milhões de euros de honorários – foi o clube que assumiu a mediação das conversações e apresentação das propostas.
Assim, a criação de “dois novos elevadores para a bancada poente, a melhoria dos existentes no estádio, a reformulação dos bares e a criação de caminhos pedonais de acesso alternativo ao estádio” e à futura cidade desportiva são as principais alterações apresentadas por Salvador ao autarca bracarense.
António Salvador quer “os bares e elevadores prontos para o início da temporada”, assumindo que os caminhos alternativos vão demorar mais tempo até ficarem prontos.
Mas afinal quem paga as obras?
O líder do clube bracarense disse não ter dúvidas que o município terá de assumir as intervenções planeadas pelo clube: “Terá que assumir, uma vez que nós não podemos fazer o caminho pedonal uma vez que os terrenos não são nossos. O estádio é do município e a colocação de elevadores é uma alteração profunda e não alterações de remodelação. O município percebeu isso e o presidente está disponível para poder dar andamento à situação”, esclareceu Salvador.
Ricardo Rio não foi tão linear na resposta sobre quem paga as intervenções, mas reconheceu a necessidade de alterações no Estádio ao mesmo tempo que se mostrou satisfeito pela abertura do arquitecto Souto Moura para validar as soluções apresentadas pelo clube bracarense. “A Câmara está disponível para intervir na manutenção em algumas das situações detectadas, mas ao criar melhores condições para melhorar problemas identificados. Depois há outros melhoramentos que podem ser realizados em que terá de ser o Sporting Clube de Braga a assumir a sua concretização, ainda que com a anuência da Câmara Municipal”, frisou o autarca.
A construção de uma via de acesso pedonal ao estádio é, para o presidente da autarquia, algo necessário com a abertura da academia do clube naquela zona da cidade. O presidente admitiu que o município foi confrontado com este problema e “vai estudar, dentro dos vários cenários, a melhor solução para este problema identificado pelo clube”, reconhecendo que “o acesso é pertinente para um equipamento que vai movimentar milhares de pessoas diariamente”.
Questionado pelos jornalistas sobre se houve algum projecto que tivesse levado a nega de Souto Moura, António Salvador afirmou que “todas as alterações foram bem-vindas aceites pelo arquitecto, acrescentando que Souto Moura vai ainda projectar a Praça da Centenário, “que será inaugurada nas comemorações dos 100 anos do SC Braga, que honrará a história do SC Braga”.
Na reunião desta terça-feira participaram, para além de Ricardo Rio e António Salavdor, o administrador executivo do clube, Joaquim Baptista, o responsável pelo projecto da Cidade Desportiva, João Varandes, o director-geral, João Gomes e a directora de marketing, Ana Daniela Pereira. Do lado do município participaram o vice-presidente Firmino Marques, o vereador do urbanismo, Miguel Bandeira e a vereadora do desporto, Sameiro Araújo.
Na próxima segunda-feira, Souto Moura vai estar no Estádio Municipal para projectar as alterações que o clube deseja. Essa visita será acompanhada por técnicos municipais. De resto, o município garantiu a criação de grupos de trabalho para perceber a viabilidade das propostas da direcção do clube.
O Estádio Municipal foi inaugurado a 30 de Dezembro de 2003 e foi projectado por Eduardo Souto Moura. A obra teve um custo associado de cerca de 150 milhões de euros, quando o orçamento inicial estimado era de 33 milhões de euros.
