OE não chega para pagar totalidade dos salários na UMinho

O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), Fontainhas Fernandes, queixou-se, em entrevista ao jornal Público, da escassez de verbas que o Estado atribui às instituições de ensino superior públicas para o pagamento de salários. Fontainhas Fernandes lembrou que “as Universidades passam o ano a pedir dinheiro para cumprir obrigações”.
Na Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro revela, em declarações à RUM, que o financiamento do Estado chega para cobrir, em 2019, “62% da massa salarial com que a universidade está comprometida”. A restante percentagem, diz o reitor, “tem de ser compensada com receitas próprias” da instituição.
Rui Vieira de Castro sublinha que para 2019, o orçamento da instituição minhota já está delineado e não será necessária a solicitação de novas transferências ao estado. O reitor explica que o plano na UMinho é cumprido “através dos estudantes que recruta, dos projectos de investigação que consegue e das prestações de serviços que realiza”, ressalvando “a boa gestão” praticada na instituição.
Rui Vieira de Castro não deixa de assinalar, porém, que a Universidade do Minho, tal como todas as instituições de ensino superior, vive consoante a conjuntura económica, o que provoca instabilidade no planeamento a longo-prazo: “Imagine-se que a nossa economia passa novamente por uma fase crítica… tem um reflexo imediato em duas áreas fundamentais: nos projectos de prestação de serviços as receitas baixam, e, se a crise for séria, há uma diminuição de procura ao nível da graduação e pós-gradução, áreas onde a universidade procura receitas importantes”.
Fontainhas Fernandes defendeu que o financiamento destinado às universidades devia ser planeado de 10 em 10 anos, ideia que Rui Vieira de Castro subscreve: “Desejavelmente, o financiamento das instituições devia ser plurianual. Essa seria uma forma de garantir um referencial estável porque a instabilidade é o pior dos cenários para as universidades”, conclui.
Áudio:
O reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, diz que a Universidade tem de encontrar soluções dentro de portas para cobrir as despesas salariais
