PCP avisa que situação no sector têxtil é “alarmante”

O grupo parlamentar do PCP apresentou esta segunda-feira um projecto de resolução que tem como finalidade combater a crise do sector têxtil e do vestuário na região do Cávado e Ave. De acordo com os dados do PCP resultantes de reuniões em que auscultou trabalhadores e empresários, em Fevereiro já tinham fechado mais de uma dezena de empresas na região devido à diminuição do número de encomendas.

Segundo a deputada eleita pelo distrito de Braga, Carla Cruz, é essencial que o Governo faça um “recenseamento das situações junto das micro, pequenas e médias empresas que laboram em regime de subcontratação” para desta forma fazer um levantamento sobre a “diminuição do número de encomendas, o número de trabalhadores afectados e perceber qual a situação económica dessas empresas”. Para o PCP é “urgente” que o Governo elabore um plano de emergência para os sectores do têxtil, vestuário e confecção, por isso, defende, é preciso ouvir “as empresas, entidades representativas do sector e trabalhadores”. 

Outra das bandeiras deste projecto de resolução passa pela “criação de uma comissão em que participe o IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação para dirigir situações conflituosas entre as micro, pequenas e médias empresas e os grandes grupos económicos para quem trabalham”. Carla Cruz acrescenta que este não seria um modelo que iria substituir os tribunais. Para além de incentivar o Governo a criar “linhas de apoio social que inclua a formação profissional” destes trabalhadores. 

As medidas não se ficam por aqui, o PCP avança que o Governo deveria também “estabelecer regras claras sobre os contratos”, nomeadamente no que toca “ao número mínimo de encomendas e o preço”. Carla Cruz afirma que o Governo deveria ter ainda em conta as questões ambientais. 

Recorde-se que o PCP já tinha alertado o Governo, em Dezembro, para a situação alarmante que o sector do têxtil e vestuário vive na região do Cávado e Ave.  A deputada eleita pelo distrito de Braga garante que a resposta obtida foi “insuficiente”, daí avançar para a apresentação deste projecto de resolução.